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domingo, 25 de março de 2012
AS ESPÉCIES MAIS PROPÍCIAS À PISCICULTURA INTENSIVA,DICAS E MACETES PRÁTICOS
SUMÁRIO
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
PARTE I - CONSTRUÇÕES FÍSICAS - EDSON FERREIRA FONTES.
PEIXES - J.GERALDO V. MOREIRA.
PARTE III - AS ESPÉCIES MAIS PROPÍCIAS À PISCICULTURA INTENSIVA - J. GERALDO V. MOREIRA.
PARTE IV - OS SISTEMAS DE CRIAÇÃO E O MÉTODO DO POLICULTIVO - J. GERALDO V. MOREIRA.
PARTE V - DICAS E MACETES PRÁTICOS
2.ENDEREÇOS
3.BIBLIOGRAFIA
J.GERALDO V.MOREIRA.
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
a) Importância Econômica: A piscicultura desponta como uma área produtiva com um grande potencial de crescimento devendo alcançar mais de 10.000 ha no Estado de Minas Gerais, o que poderá gerar uma produção em torno de 50.000 toneladas/ano. A produtividade de 5000 kg de carne de peixe/ha/ano demonstra que a atividade é comparativamente mais rentável que a maioria das explorações agropecuárias incluindo até a tradicional pecuaria de corte, sendo possível produzir muito mais carne de peixe do que carne bovina na mesma área no mesmo tempo.Outro ponto a considerar refere-se à margem de lucro que também é maior que a maioria das explorações, visto que, os gastos de custeio são consideravelmente pequenos. Já que podemos aproveitar muito os sub-produtos da Fazenda. Os custos iniciais são os que oneram mais a exploração, porém a implantação pode ir sendo feita em etapas para não comprometer a "saúde" financeira do produtor, além disso quase sempre as áreas mais aptas à piscicultura são aquelas que estão ociosas e as vezes até trazendo problemas e a sua incorporação no processo produtivo valorizam muito a propriedade.
b) Potencialidade da região: Além da excelente localização geográfica, visto ficar entre os três maiores mercados consumidores do país. Juiz de Fora e região possui solo, clima e muita disponibilidade de água, o que a credencia a ser potencialmente uma área muito importante ao desenvolvimento da piscicultura. Outro ponto positivo é o fato de termos instituições de pesquisa e apoio na nossa região, tais como a Universidade Federal de Viçosa, Epamig, e ainda algumas estações de piscicultura, o que permite um intercâmbio técnico além da oferta de alevinos sobretudo aqueles produzidos por indução hormonal e que é mais difícil a sua produção por produtores iniciantes.
c) Associativismo: Não poderíamos deixar de alertar para a necessidade dos produtores realmente interessados na piscicultura de que devem procurar fórmulas de ajudas mútuas através de um processo de associativismo e que futuramente convirja para um cooperativismo na essência da palavra. Tal procedimento iria acelerar ou mesmo viabilizar algumas etapas difíceis de serem transpostas de forma individual e que a título de exemplo podemos citar: 1) A obtenção de máquinas quer seja pela aquisição ou através de um maior poder de fogo "nas negociações junto aos órgãos oficiais ou ainda por uma redução considerável de preços pela própria iniciativa privada. 2) Possibilidade de montar a médio prazo um laboratório para que possa produzir alevinos em quantidade e qualidade suficientes a todos os produtores, gerando inclusive excedentes para a venda .3) Comercialização: Esta ficaria bastante facilitada e os produtores teriam maior poder de barganha em função do volume a ser ofertado. 4) Intercâmbio entre os produtores , o que facilitaria a adoção de níveis técnicos condizentes com a exploração, etc.
PARTE I
CONSTRUÇÕES FÍSICAS
1. Introdução:
Quem pretende iniciar uma exploração racional de peixes, fazendo desta atividade um complemento da renda da propriedade deve em primeiro lugar ter em mente que algumas noções básicas que envolvem os aspectos de construções devem ser dominados, sob pena de comprometer toda a exploração.
A nossa pretensão , portanto não é a de formar nenhum "expert" no assunto, já que a construção de barragens deve ficar à cargo de profissionais competentes, mas sim de dar uma boa noção para que o produtor possa acompanhar os operadores de máquina ou até mesmo o trabalho manual na construção de pequenas barragens e assim verificar aspectos que embora simples, são vitais à segurança das mesmas.
Para a melhor compreensão faremos a conceituação de alguns termos técnicos, de forma que todos possam se familiarizar com as terminologias a serem usadas:
- Barragem: Maciço de terra que tem por finalidade barrar as águas de um riacho.
- Represa: É o lago que é formado (represado).
- Açude: Reservatório d'agua de origem pluvial ou mesmo oriundo de nascentes ,de formação natural ou artificial, com volume e área de lâmine d'agua variável.
-Tanque ou viveiro: É um recinto com água que pode ser facilmente esvasiado, secado e enchido novamente consoante as necessidades da piscicultura.
- Canal: De uma maneira grosseira, podemos dizer que é uma valeta aberta no terreno para conduzir a água, podendo e devendo tal valeta ser revestida.
- Vazão: É a quantidade de água que atravessa uma determinada seção em um tempo dado. É medida geralmente em l/s (litros por segundo) ou m3/h (metros cúbicos pos hora).
- Bacia de contribuição (ou de recepção): É o conjunto de áreas com declive tal que toda água de chuva que cai sobre ela é drenada por uma dada seção do curso de água.
- Talude: Inclinação, declive que se dá à superfície de uma obra, rampa.
- Montante: Diz-se da parte que fica antes da barragem propriamente dita ou seja da parte que vai se elevar.
- Jusante: Diz-se da parte que fica após a barragem propriamente dita ou seja da parte de baixo onde vaza a água.
- Monge: Estrutura de esvaziamento da represa construída dentro ou fora da mesma usando concreto e tábuas ou simplesmente madeiras.
- Assoreamento: Deposição de terras que são levadas devido a erosão, no fundo dos rios, represas, etc.
- Crista: É o ponto mais alto da barragem e que via de regra serve ao transito de pessoas, animais e até carros.
2.Escolha do Tipo de Viveiro
O tipo de terreno irá definir qual o tipo de viveiro a ser construído, sendo que podemos classificá-los em duas categorias principais:
Viveiros em derivação
Viveiros em barragens
Vantagens:
Derivação: Fácil controle da água.
Adubação e alimentação artificial facilitada pela possibilidade regular de alimentação.
Facilidade de fazer a despesca por se tratar de solo firme sem tocos, etc.
Barragem: Construção mais barata.
Produtividade natural já que não revolve o solo continuando a fertilidade natural.
Desvantagens:
Derivação: Construção mais cara.
Produtividade natural fraca já que expõe o subsolo retirando praticamente toda a camada fértil do terreno.
Barragem: Necessidade de um escoadouro (ladrão) bem estudado.
Perigo de rebentar-se em caso de cheia.
Adubação e alimentação difícil em virtude das variações da vazão.
Viveiros de barragens ou simplesmente pequenas barragens de terra
a) Escolha do local: Deve buscar uma conjugação de itens que o local satisfaça do melhor modo possível à barragem, à represa e ao ladrão gramado. As principais características são:
- Possuir solo estável: A barragem deve ser assentada em solo não sujeito a deslizamentos e a grandes acomodações provocadas pelo peso do aterro.
- Não apresentar afloramentos rochosos: A barragem de terra não pode ser assentada sobre lajeiras de pedra, à vista ou a uma pequena profundidade. A infiltração de água da represa acarreta escoamento entre o aterro e o lajeiro de pedras, o que compromete seriamente a estabilidade da barragem. A tendência normal é ocorrer deslizamento do terreno em razão de sua frágil soldadura às pedras lisas dos lajeados.
- Ser um estreitamento ou uma garganta do curso d'água: Isto implica no custo da obra, pois quanto maior a garganta, maior o custo do aterro.
- Possuir pequena declividade a montante: Isto implica numa maior capacidade de armazenamento de água devido ao fato de a lâmina estender-sea uma distância maior.
- Ter a montante mais espraiada possível: Esta característica implica, também, uma maior capacidade de armazenamento de água. No entanto, uma pequena declividade, associada a um alargamento da montante, conduz a existência de represas muito rasas, o que, facilita o desenvolvimento de plantas aquáticas, que podem invadir a represa, caso não haja um controle rigoroso.
- Não possuir nascentes: A barragem não deve ser assentada sobre nascentes, pois, após o enchimento da represa, as nascentes tendem a aumentar suas vazões, chegando ao ponto de afetar a estabilidade do aterro.
- Possibilitar o uso da água por gravidade: É de todo conveniente o uso por gravidade, pois, o transporte mecânico iria onerar muito.
b) Limpeza do local: Após marcar o local onde deverá ficar assentada futuramente a crista da barragem, fazer uma limpeza de no mínimo 8 metros de cada lado da marca. A limpeza consiste em retirar árvores, arbustos, tocos, raízes, capim e todo material existente. Este material deverá ser depositado a jusante da barragem, devendo preferencialmente ser queimado.
É também interessante que a limpeza se estenda o mais longe possível à montante da barragem, pois isto facilitaria a despesca através de arrastão utilizando redes.
c) Abertura de cava de vedação : Após a limpeza, abre-se uma cava de 80 cm a 1 m de largura com uma profundidade variável de acordo com o material do terreno, devendo aprofundar a cava até o ponto em que o solo apresentar boa consistência, bem como encaixá-la nos encontros com os barrancos laterais, visando à eliminação dos trajetos de formigas, buracos de tatu e outros canais e à maior estabilidade da barragem.
A cava deverá ser preenchida com uma terra mais argilosa e ser devidamente compactada.
d) Definição do perfil da barragem : As dimensões da barragem estarão em função de uma série de fatores, tais como: tamanho da bacia de contribuição, tipo de vegetação, declividade média da bacia, intensidade de chuvas, etc., existindo fórmulas apropriadas para o seu cálculo. no nosso caso específico daremos exemplo de uma represa a ser construída cujo comprimento no maior sentido até a futura barragem seja inferior a 1Km..
* Perfil da barragem: em Anexo.
d.1) Elementos do perfil:
Altura da barragem (H) - geralmente atinge a mesma altura das margens da garganta onde o aterro está assentado. Esta prática facilita o trânsito sobre a barragem. A altura também pode ser limitada à obras existentes a montante, da barragem, as quais não devem ser demolidas ou inundadas.
Largura da crista (c) - Nunca deve ser inferior a 3m e quanto mais larga, maior será o volume do aterro e consequentemente a estabilidade da barragem.
Largura da crista (c) em função da altura da barragem (H) em metros.
Altura (H) 4,0 6.0 8,0 10,0 12,0
Largura (c) 3,0 3,5 4,0 5,0 6,0
* Fonte: Daker, citada por Loureiro
Inclinação dos taludes (b1 : H) e (b2 : H): o talude de montante deve ser menos inclinado (mais deitado) que o de jusante, para permitir a maior estabilidade do aterro. As recomendações estão sempre próximas da relação de 3 : 1 para o talude de montante e 2 : 1 para o de jusante.
Exemplo: H = 5.0 m C = 3.0 m
b1 = 3.0 x 5.0 = 15.0 m b2 = 2.0x 5.0 = 10.0 m b = 28.0 m
e) Marcação no terreno: Para facilitar os serviços e orientar as operações, deve-se marcar no terreno estas dimensões, usando para isto bambus e cordão de nylon ou similar.
Anexo
f) Aterro: O aterro é feito, colocando-se camadas finas de 15 a 20 cm de terra homogênea, sendo rigorosamente indispensáveis o umidecimento e a compactação. Esta poderá ser feita com soquetes, esteira de tratores, pés de animais, etc.
Independente do processo a terra tem de ficar bem compacta e a fim de compensar o assentamento posterior, o aterro deve ser aumentado de 5 a 10% de sua altura.
g) Volume do aterro: É de grande importância saber o volume do aterro, pois o custo da obra será em função do mesmo e o seu cálculo é feito da seguinte forma: Anexo.
h) Execução do sangradouro (ladrão): A barragem tem necessidade de um sangradouro para poder extravasar o excesso de água que é escoado principalmente durante as chuvas e assim não ultrapassando o volume que a barragem tem capacidade de armazenar. É preciso fazê-lo com cuidado, pois quase 90% das rupturas de barragens decorrem de deficiência do sangradouro. Para determinar as suas dimensões, existem fórmulas apropriadas, porém no nosso caso específico cujas bacias são inferiores a 1km e a altura da barragem é de 5m, vamos adotar uma largura mínima de 2,5m e a altura entre o seu canal e a crista da barragem superior a 1m.
A informação sobre onde as águas atingiram quando houve a maior enchente na região orientam para que tais medidas possam ser modificadas.
A escavação do ladrão deve ser feita em terra firme conforme mostra a figura em anexo e o ideal é que após a sua construção ele seja mantido limpo e se possível gramado para evitar erosão.
i) Sistema de esvaziamento: Qualquer viveiro de piscicultura intensiva deve poder esvaziar-se a todo momento e completamente sem que nele fique qualquer poça, sem esta condição não é possível encarar uma piscicultura intensiva. o melhor sistema de esvaziamento é o monge, ele é composto de uma estrutura vertical que deve ser construído sobre uma sapata de concreto no ponto mais baixo da represa, devendo ficar afastado a 1 m do talude de montante. No corpo do monge deve haver duas ranhuras onde serão encaixadas as tabuas que se deslizam umas sobre as outras para fechar o monge. Para que fique bem fechada, enche-se de argila o espaço entre as duas filas de pranchas e por fim coloca-se uma grade no cimo de uma das filas para impedir a fuga de peixes.
O monge deve ser construído na mesma altura em que ficará o nível da água na represa servindo inclusive para ajudar na circulação da água como para baixar o nível e fazer controle de vazão.
Antes da construção do monge coloca-se cano de evacuação que deverá sair após a talude de jusante abaixo desta saída constrói-se uma caixa de coleta de peixes. O cano deve ser colocado a uma declividade de 1 a 2% .
Um sistema também muito utilizado em pequenas barragens é o desarenador que deve ser instalado tal qual o monge e consiste só em um cano de PVC de 4 polegadas que é instalado no sentido vertical acoplado por um joelho a um cano de evacuação conforme descrito para o monge.
j) Proteção do talude de justante: Deve plantar grama para que seja protegido contra erosão.
l) Assoreamento: Quando possível, a represa deve ser protegida, lateralmente, com curvas de nível,que desviam para a jusante o material arrastado que, fatalmente, iria depositar-se no fundo da represa.
m) A barragem deve ser visitada periodicamente para refazer a cobertura vegetal, encher as rachaduras, desobstruir o ladrão ou para qualquer outra operação que venha contribuir para a segurança da obra.
PERFIL DA BARRAGEM
SANGRADOURO (LADRÃO)
MARCAÇÃO DE BARRAGEM NO TERRENO
CÁLCULO DO VOLUME DE ATERRO
Va = b+c . A Va = 28+3 . 40
2 2
Va = volume do aterro, m3 Va = 620 m3
A = área transversal da garganta, m2
supor A = 40 m2
PARTE II
O MEIO AMBIENTE E A ALIMENTAÇÃO DOS PEIXES
Compõem-se de 2 elementos: a água e o solo sobre o qual repousa a água.
O criador tem meios de controlar as propriedades físico-químicas da água e do solo do fundo do tanque;
Este controle é que permite ao criador tirar melhores resultados em sua criação.
Antes de falarmos nestes mecanismos de controle vamos fazer um apanhado geral sobre o ambiente no qual vivem os peixes.
Os peixes exigem para o seu crescimento o desenvolvimento de uma água bem oxigenada. O teor ideal de oxigênio dissolvido na água está situado entre 6 e 8 miligramas por litro.
As águas quentes, salobras e paradas não são boas porque contém pouco oxigênio dissolvido.
Também águas que recebam esterco em excesso ou que têm muitas plantas em decomposição (caso de açudes recém formados) ou que contenham em excesso alimentos não consumidos, tem por estes motivos seu nível de oxigênio muito reduzido.
Para se aumentar o oxigênio da água em um tanque é necessário que a água caia em queda livre, por uma canaleta. Esta queda é variável, mas de maneira geral, a partir de 50cm é conseguida um bom efeito de perfuração da lâmina d'água, removendo o gás carbônico do fundo do tanque.
Quanto mais alto for a queda da água dentro do tanque, maior será a oxigenação e a renovação do mesmo.
Águas muito profundas e turvas não são boas para a vida aquática: pois a vida microscópia chamada PLANCTON, que é o principal alimento dos peixes, não se desenvolve quando a luz solar não chega ao fundo do tanque, dificultando o processo de fotossíntese. A profundidade máxima que o sol penetra na água ainda fazendo um bom efeito para o plancton é de 1 a 2 metros.
O tanque tem que receber muita luz solar, por isso temos que evitar e eliminar toda vegetação aquática flutuante ou emersas; pois estas cortam a incidência da luz solar no fundo do tanque. Também árvores muito altas e frondosas em volta do tanque atrapalham também a passagem dos raios solares. São recomendáveis apenas árvores frutíferas de pequeno porte que podem deixar os frutos maduros caírem diretamnete na superfície do tanque.
Também águas totalmente claras e transparentes não são boas porque contém muito pouca vida microscópica (fitoplancton, zooplancton e benctons).
Para tornar águas deste tipo aproveitáveis é necessário fazer fertilização e calagem dos tanques com calcáreo, esterco de boi, frango ou suíno, adubos químicos (uréia, sulfato de amônia e fosfatos diversos).
A água pode ser considerada ótima e com bastante PLANCTON quando a sua coloração atinge um tom azul ou verde claro. Que chamamos de turbides ,portanto:
-Turbidez : É o resultado de partículas orgânicas em suspensão, e é desejavel na medida que reduz a penetração de luz, impedindo o crescimento das macrófitas(Plantas Aquáticas).Estas partículas orgânicas podem capturadas diretamente como alimento ou entrar no processo de fotossíntese produzindo oxigênio.O excesso de crescimento do Fitoplancto pode levar a uma queda do oxigênio dissolvido. Tambem turbidez em excesso pode sufocar os organismos bentônicos.
Devemos evitar ou tentar melhorar a qualidade das águas que se apresentam vermelhas, barrentas, amarelas ou acinzentadas, não deixando também o gado beber água nos tanques,pois este turvará muito a água podendo trazer com isto problemas para peixes, principalmente os animais na fase de pós larva e pequenos alevinos.
TEMPERATURA , PH E OXIGÊNIO DISSOLVIDO NA ÁGUA
Os peixes são animais de sangue frio que só suportam variação de temperatura da água dentro de certos limites. As espécies indicadas para a nossa região tem como temperatura ideal a escala que vai de 20 a 30ºC. No inverno, para que o sol aqueça mais a lâmina d'agua , cortar a entrada de agua durante o dia, voltando a abrir a circulação d'agua a noite.
Resistencia e sobrevivencia à queda de temperatura
-Tilápias - Letal quando a temperatura da água atinge 11ºC.
-Tambaqui - Letal quando a temperatura da água atinge 16ºC.
O ph da água deve ser igual ou maior que 6,8 pois as águas neutras ou alcalinas são as que mais produzem PLANCTON.
ph = 7 é neutro (ideal)
ph = inferior a 7 é Ácido
ph superior a 7 é Alcalina
ph inferior a 5 e superior a 9 não são indicados por serem muito ácido ou muito alcalino.
Oxigênio dissolvido - OD - Taxas baixas reduzem o crescimento dos peixes.
Exemplos - OD ideal Tilápias 2 a 3 mg/l.
OD ideal para outros peixes 4 a 10 mg/l.
ORGANISMOS AQUÁTICOS QUE SERVEM DE ALIMENTO AOS PEIXES
As quantidades e tipos de organismos observados num tanque depende da qualidade da água, de suas características físico-químicas das condições de meio ambiente. De maneira geral o PLANCTON é o primeiro e principal alimento dos peixes.
São chamados de FITOPLANCTON aqueles que por serem vegetais microscópicos, geralmente não podem ser vistos à olho nu, e que flutuam livremente na água ou formam colônias como algas. Forma-se e desenvolvem-se à partir dos sais minerais contidos na água e a partir da luz solar (fotossíntese).
Quando formado por pequenos animais também microscópios são chamados de ZOOPLANCTON. Estes se alimentam de Fitoplancton.
No fundo dos tanques desenvolvem-se organismos geralmente maiores que o PLANCTON. São larvas de insetos, vermes e pequenos moluscos aos quais chamamos genericamente de BENTOS que se alimentam do Zooplancton.
As plantas aquáticas e também pedras e rochedos que estão dentro d'água, servem de suporte e abrigo a diversos destes animais.
Todos os organismos que não são comidos por por outros e morrem; caem no fundo sob forma de detritos orgânicos. Estas matérias são por sua vez transformados em sais minerais pela ação das bactérias.
ALIMENTAÇÃO DOS PEIXES
Os peixes tem hábito alimentar diversificado, variando com a espécie e também com o estágio de desenvolvimento em que se encontram.
Muitas vezes um mesmo peixe não consome os mesmos alimentos em fases diferentes da sua vida. O que é seu alimento na fase inicial já não lhe serve para a fase adulta.
COMO CRESCEM OS PEIXES
De forma geral 3 fatores influenciam no crescimento dos peixes:
1º) A idade: O crescimento é muito rápido do nascimento até a idade reprodutiva. O crescimento torna-se mais lento à medida que o peixe envelhece, mas nunca para totalmente.
2o) A temperatura: Os peixes de forma geral têm seu crescimento acelerado na primavera e verão, diminuindo no outono e quase parando no inverno.
3o ) A alimentação: Se faltar alimentação, ou se esta for de baixa qualidade, os peixes não crescem. Mas se voltarmos a alimentá-los adequadamente o crescimento recomeça. Esta é uma propriedade muito utilizada em piscicultura, quando se quer conservar alevinos no mesmo tamanho por determinado tempo, antes de colocá-los à venda ou num viveiro de engorda.
Não é um fato muito raro encontrar-se exemplares de carpa, traira ou pacus com mais de 10 Kg de peso. Estes peixes, em estado natural nos rios e lagos, tiveram uma boa alimentação natural e foram protegidos pela sorte da competição da natureza. Por isso cresceram tanto e tornaram-se vigorosos para escapar dos perigos, atingindo idades avançadas, alguns chegando a viver mais de 12 anos.
Já numa piscicultura intensiva torna-se anti-econômico conservar estes peixes por mais de 2 anos. A faixa ideal seria entre 1 a 2 anos.
COMO ALIMENTAR OS PEIXES
São duas as principais maneiras de se alimentar os peixes em piscicultura:
1º Pela via INDIRETA: que consiste na fertilização do meio aquático pela aplicação de calagem, adubação química e adubação orgânica. Esta via é a que propicia que as plantas e animais que servem de alimento se desenvolvam. É necessário que a água contenha os sais minerais e as matérias orgânicas necessárias à vida destas plantas e animais. Isto é conseguido pela calagem com calcáreo com adubos químicos e orgânicos.
CALAGEM E ADUBAÇÃO DE TANQUES
CALAGEM: O mais usado é o calcáreo mas também podem ser usados todos os compostos cálcitos tais como: pó calcáreo, terra calcárea, cal virgem e cal hidratada.
A calagem é necessária quando a água do viveiro apresenta ph inferior a 7.
Águas ácidas tornam os peixes mais suscetíveis ao ataque de parasitas; ja as águas alcalinas ,com ph acima de 9 que recebem grande quantidade de adubação orgânica contêm grandes porcentagem de amônia que pode se converter na forma tóxica não ionizada e causar grande mortalidade quando os peixes são a elas expostas por 2 a 3 semanas.
Normalmente usamos de 2 a 4 toneladas por hectare espalhados homogeneamente em toda lâmina d'água ou no fundo do tanque quando este estiver vazio.
FERTILIZAÇÃO - ADUBAÇÃO QUÍMICA E ORGÂNICA
A fertilização melhora a produção natural dos viveiros com o desenvolvimento do FITO e do ZOOPLANCTON. E a dose de manutenção deve ser feita a cada 30/60 dias.
ADUBOS ORGÂNICOS: Os melhores estrumes são os de porco e frango, mas também são usados os de boi. São aplicados na base de 2 Kg para cada 100 m de lâmina d'água.
ADUBOS QUÍMICOS: Usamos na adubação de tanques o super fosfato simples e o sulfato de amônia na dosagem de 5 a 10 gr por m2.
A tabela de adubação serve para manter a população de fito e zooplancton num nivel satisfatório para que os peixes encontrem com facilidade e abundância os alimentos naturais.
2o) Pela via DIRETA: Rações, cereais, frutas, legumes e forragens verdes.
RAÇÕES: Já existe no mercado ração balanceada industrial específica para peixes. Podemos fazê-la também na propriedade ou fornecermos ração de engorda ou crescimento para suínos ou aves.
MANEIRA DE FORNECER RAÇÃO AOS PEIXES
1o) Calcular o número de peixes e o peso estimado de cada um.
2o) Tratar com ração na base de 3% do peso dos animais que estarão no tanque, diariamente e preferencialmente no mesmo local e na parte da manhã.
3o) 2/3 de ração molhada (formato de uma bola) e 1/3 sob a superfície.
4o) Ir aumentando à medida que for sendo observado o consumo e a necessidade.
5o) Peneirar bem fino os ingredientes antes de fazer a ração.
FÓRMULA DE RAÇÃO PARA ALEVINOS NOS 60 DIAS INICIAIS
Fubá fino 1.5 kg
Farinha de trigo 1.5 kg
Farinha de soja 1.5 kg Proteína bruta mínima 18%
Farinha de carne 0.3 kg
Concentrado suíno 0.2kg
TOTAL 5.0 kg
FÓRMULA DE RAÇÃO PARA ALEVINOS A PARTIR DE 60 DIAS
Fubá fino 69 kg
Farinha de soja 17 kg
Farinha de carne 10 kg Proteína bruta mínima 18%
Concentrado suíno 4 kg
Ou ainda
Quirera de milho 50 kg
Farelo de soja 25 kg
Farelo de trigo 15 kg
Farinha de darne ou peixe 10 kg
Ração com sub-produtos e rejeitos da propriedade
- Receita experimental CEPTA-IBAMA.
50% de rejeitos de frutas e legumes desidratados e secados ao sol.
30% de vísceres de frango moídas.
20% de farelo de milho (para formar posta).
- Peletizar e secar ao sol.
- Se na propriedade houver uma suinocultura, é conveniente colocar diariamente nos tanques o
esterco fresco do dia, na base de 2,0 kg para cada 100 m. Desta forma, cada suíno trata também de 100 m de água.
- Milho fermentado em água por 24 horas constitui um excelente alimento para Pacus e Tambaquis.
- Frutas, legumes e tubérculos tais como abacate, mamão, banana, tomate e legumes maduros, mandioca, abóbora, constituem outra importante fonte de alimentação para Pacus, Tambaquis e Carpas.
- A Carpa Capim, na sua fase adulta, consome feixes de capim cortado, além de plantas aquáticas, algas e ração.
- O sangue seco dos matadouros pode ser misturado aos alimentos, mas pode também ser distribuído fresco, e se estiver coagulado, misturado com farelos. Uma quantidade de 5 a 10 litros para cada 100m por semana apresenta muito bons resultados.
Os ossos provenientes dos matadouros favorecem o desenvolvimento de zooplancton. É aconselhável despejar cerca de 20 kg para cada 100 m a cada 3 meses. Esta técnica é interessante para o desenvolvimento da alimentação de alevinos.
- Pedaços de bananeira cortados com 1 metro de comprimento e jogados na água ajudam a formar e concentrar plancton.
USO DE FERTILIZANTES QUÍMICOS PARA ADUBAÇÃO DE TANQUES
O ideal seria usar o fertilizante quimico de forma líquida, mas estes são difíceis de se encontrar no mercado. Portanto podem ser usados na forma granulada ou em pó dissolvido em água na proporção de 1:10 por 2 horas.
MANEJO DO SOLO DO TANQUE
- Secar o fundo do viveiro entre as safras estimula o contato do solo com o oxigênio do ar e acelera a decomposição da materia orgânica.
- Uma aração rasa do fundo do tanque facilita este processo.
O solo do viveiro não deve permanecer seco por mais de 2 a 3 semanas.
Parte III
AS ESPÉCIES MAIS PROPÍCIAS À PISCICULTURA INTENSIVA
A implantação de uma piscicultura pode ser conduzida sobre duas bases:
1o. Com espécies que desovam em cativeiro, pois são mais fáceis de serem conduzidas devido a sua baixa exigência de técnica, alimentação barata e facilidade de se conseguir alevinos.
2o. Com espécies de piracema, que não desovam em cativeiro, e necessitam de indução hormonal em laboratório para que a desova possa ocorrer.
AS ESPÉCIES QUE DESOVAM EM CATIVEIRO
1. CARPA COMUM (cyprinius carpio)
Originária da Ásia. Possui qualidades tais como: rusticidade a doenças , prolificidade e facilidade de criação. Existem 4 variedades desta espécie de carpa: escama, espelho, couro, colorida.
A mais indicada à criação intensiva é a Carpa Espelho pois apresenta melhor crescimento. A Carpa Colorida é mais usada para fins ornamentais. A Carpa Couro possui poucos exemplares no Brasil e é muito difícil de ser encontrada.
ALIMENTAÇÃO
As Carpas têm hábito alimentar bem diversificados, tendo como alimentos principais os FITOPLANCTONS, os ZOOPLANCTONS e os BENTOS. Consome muito bem rações fareladas, frutas e legumes maduros, esterco fresco de aves e suínos.
Quando a temperatura da água cai abaixo de 13o c seu crescimento é paralisado, podendo deixar de alimentar-se com temperatura abaixo de 5o c. Num ambiente ideal, entre 20 e 30o c, a Carpa atinge de 600 a 1200 g por ano de vida, dependendo assim da alimentação e da quantidade de peixes por m2.
Devem receber ração diariamente na base de 3 a 5% de seu peso vivo.
REPRODUÇÃO
As Carpas entram em idade de reprodução à partir do primeiro ano de vida, desovando à partir de agosto a setembro indo até fevereiro ou março, ou seja, os meses mais quentes do ano (primavera e verão). Aceitam também o processo de desova induzida para se obter mais desovas neste período do ano. Uma fêmea de 1.5 a 2.0 kg pode produzir até 1000.000 de óvulos. Na reprodução natural são usados 2 machos para cada fêmea, com uma densidade de 3 a 5 metros quadrados por exemplar. Já na fase de engorda a densidade populacional pode variar de 2 peixes por metro quadrado a 2 metros quadrados por peixe.
A exigência ambiental para se processar a desova natural é que a água esteja numa temperatura de 20 a 30o c.
PRODUÇÃO DE ALEVINOS
As Carpas desovam nas raízes de plantas aquáticas como o Água-pé. Esta planta é colocada na superfície do tanque dentro de quadros flutuantes, podendo estes serem feitos de bambu ou cano PVC. Os ovos aderem na raiz do Água-pé e estas plantas são transferidas no mesmo dia para um tanque já anteriormente fertilizado; não devendo ser colocados em tanque que já possuem outras espécies de peixe pois estes comerão a maior parte da desova. A eclosão das ovas se dá entre 3 e 5 dias. Nesta fase inicial as larvas eclodidas possuem o saco vitelino que é a reserva de alimentos para os primeiros 3 dias de vida. Começam alimentar-se em seguida com o ZOOPLANCTON.
Estes alevinos permanecem neste mesmo tanque até que atinjam tamanho aproximado de 2 a 6 cm. Posteriormente, mais ou menos 40 a 90 dias da eclosão, são capturados em rede de malha fina e transferidos para tanques de engorda com densidade equacional para mono ou policultivo.
SEXAGEM DAS CARPAS
Muito simples e rápido: comprimir a barriga do peixe até o orifício uro-genital. Se sair um líquido esbranquiçado é o semen do macho. Se nada sair é fêmea.
2. AS TILÁPIAS
Existem 3 espécies de tilápias difundidas no Brasil. As menos conhecidas e menos propícias para as nossas condições são a T. HORNORUM que é também planctônica e a T. RENDALLI que é herbívora. A mais importante para nós é a T. NILÓTICA que é de origem africana.
AS CARACTERÍSTICAS DAS TILÁPIAS
Pertencem à família CICHLIDAE, assim como também os Acarás, Apaiaris, etc. Reproduzem a partir de 4 meses de idade com 4 a 5 desovas por ano. Uma fêmea produz aproximadamente 2.500 alevinos por ano. Sua principal vantagem é tolerar águas com pouco oxigênio e resistirem muito bem à superpopulação e/ou super fertilização das águas.
TILÁPIA NILÓTICA (Oreochromis niloticus)
A Tilápia Nilótica desova de 1 a 2 ovos por cada grama de seus pêso. Com super população e pouca alimentação atingem a maturidade sexual com 20 a 30 grama de pêso. Sua reprodução é inibida quando a água do tanque esta abaixo de 20ºC. Seu apetite desaparece com água de 16 a 17ºC e quando são efetuados pesca de arrastão e estas temperaturas e mortandade é muito grande devido ao surgimento de fungos. A temperatura ideal para engorda se situa entre 29 e 31ºC e o crescimento nesta faixa de temperatura é 3 vezes maior que a 20ºC. Nas Tilapias os bronquios secretam um muco no qual se cobrem os organismos planctônicos e o bolo é então digerido.
A Tilápia Nilótica, introduzida no país a mais de duas décadas, chegou a ser o peixe mais difundido e estimulado para criação intensiva pelos órgãos de extensão e pesquisa. Nos últimos 10 anos caiu novamente no esquecimento devido a dificuldade de conter o seu potencial reprodutivo.
Pelo fato da Tilápia Nilótica desovar a partir do 4o mês de vida de 5 a 6 vezes ao ano (de 500 a 1000 alevinos por vez), ocasionando superpopulação nos tanques, o grande desafio era conseguir uma produção com peso e tamanho homogêneo. Quando machos e fêmeas se encontram engordando no mesmo tanque ocorre super produção de alevinos com peso e tamanho variando de 5 a 50gr, tamanho este que não presta para comercialização. A competição entre os alevinos por alimentos, espaço e oxigênio acaba atrapalhando o crescimento do lote de peixes postos inicialmente para engorda.
Para sanar o problema da super população foram tentados vários sistemas que passamos a descrever sucintamente:
1º) ASSOCIAÇÃO COM PEIXE PREDADOR
Neste sistema o produtor cria Tilápias com peixes carnívoros ( traira, tucunaré, bagre africano, lambari bocarra, etc). A função do peixe carnívoro é consumir o excedente populacional ainda na fase de alevino. Mesmo com este artifício escapam uma enorme quantidade de alevinos que atrapalham o crescimento da população de Tilápias que deveriam ser engordadas. A proporção de povoamento inicial é de 90% de Tilápias adultas com 10% de peixe predador. Este sistema pode ser feito com um único tanque e pode ser implantado em qualquer açude. Sob a ótica da produção é um sistema que não traz garantias de retorno e já está descartado como alternativa para produção em escala comercial.
2º) MÉTODO VARIANTE
Consiste em criar unicamente Tilápias em um único tanque onde as 3 fases da criação acontecem simultaneamente, ou seja, ficam juntos no mesmo tanque as matrizes e reprodutores, os alevinos e os peixes em crescimento e engorda. Este método não se presta para criação comercial devido ao fato de se permitir uma superpopulação nos tanques. O resultado da pesca não é homogêneo em tamanho e peso e o produto da pesca não tem valor comercial.
3º) MÉTODO DA SEXAGEM MANUAL PARA ENGORDA EXCLUSIVA DE MACHOS
Este método exige muita perícia técnica de separação de sexos. Machos de Tilápias crescem mais rapidamente que as fêmeas por isso são engordados sozinhos, eliminando-se também a possibilidade de super população. Uma boa sexagem pode conseguir a margem de 95% de machos, dependendo da habilidade do sexador. A sexagem manual está a altura de qualquer criador, desde que este receba um treinamento eficiente para a sexagem. O método, quando bem feito, pode ser utilizado a nível comercial.
4º) MÉTODO DA HIBRIDAÇÃO
Consiste na produção de alevinos de Tilápia cem por cento machos, provenientes do cruzamento da fêmea de Tilápia Nilótica versus macho de Tilápia Hornorum.
ETAPAS DA HIBRIDAÇÃO
Além de uma infra-estrutura adequada, o processo de produção de alevinos híbridos de Tilápias cem por cento machos, exige o conhecimento da técnica da sexagem, manipulação e seleção de peixes.
I ETAPA
Manutenção de DOIS plantéis puros, um de Nilótica e outro de Hornorum em 2 tanques distintos.
II ETAPA
Crescimento dos alevinos puros destas duas espécies em outros 2 tanques distintos.
III ETAPA
Hibridação propriamente dita - Num mesmo tanque povoado com machos de Hornorum e fêmeas de Nilóticas ocorre o cruzamento entre as duas espécies, tendo como resultado o alevino híbrido cem por cento machos que serão destinados à engorda. Quando os alevinos atingirem peso médio entre 80 e 100 gr, deve-se proceder uma segunda sexagem a fim de aumentar a eficiência do método.
IV ETAPA
Engorda propriamente dita - Alevinos híbridos machos para a engorda com 95% de acerto na sexagem.
Como vimos é um método eficiente mas que exige conhecimento prévio em piscicultura. Também exige um grande número de tanques (12) para todas as etapas do processo de produção.
5º) MÉTODO DA REVERSÃO SEXUAL
A Tilápia que havia sido esquecida e preterida nos últimos 10 anos voltou com carga total. No sul do país, a reversão sexual em Tilápias é hoje o carro chefe da piscicultura, ocupando já 40% dos criatórios existentes.
O método consiste no arraçoamento dos alevinos até os 40 a 60 dias com ração que foi adicionada um hormônio masculinizante (metiltestosterona) no qual o resultado é a predominância de 95% de machos. Para assegurar bons resultados é preciso garantir que as larvas não tenham acesso a outro tipo de alimentação neste período. O uso de tanques de concreto ou revestido com lona plástica é uma forma de evitar que a larva consuma alimentos naturais. Este sistema apesar de ter chegado para ficar, exige também experiência prévia em piscicultura. Na atualidade é o método mais e seguro para produção intensiva em pequena, média e grande escala.
3 - LAMBARI (Astyganax, sp)
Existem diversas variedades, sendo algumas de tamanho reduzido, sem valor para a piscicultura intensiva. Recomendamos a espécie conhecida vulgarmente como Lambari-Açu e a Bocarra que na idade adulta atingem de 100 a 150gr.
O Lambari-Açu é onívoro, isto é, come de tudo: plâncton, ração, larvas de insetos, Bentos (animais do fundo do tanque), ovos e larvas de pequenos insetos e moluscos aquáticos. Já o Lambari Bocarra é também carnívoro, devendo ser usado como controlador da super produção de alevinos de Tilápias (sexadas, hibridadas ou revertidas sexualmente).
SEXAGEM
Ao corrermos os dois dedos indicadores e polegar pela nadadeira peitoral traseira observamos uma lixa que arranha e sensibiliza ligeiramente a ponta dos dedos. Nas fêmeas não se sente nenhuma lixa ou ranhura, ocorrendo somente nos machos.
Os Lambarís, apesar de prolíficos e rústicos, não são tão resistentes quanto as Carpas e Tilápias à águas de muito baixa oxigenação.
4- TRAIRÃO DA AMAZÔNIA (Hoplias Malabaricus)
São exclusivamente carnívoras, tendo preferência por peixes vivos ou animais novos ou doentes. Em cativeiro e quando condicionadas adaptam-se bem a consumir miúdos e barrigadas provenientes da matança de animais tais como: frango, suíno, rã, peixe, etc, desde que servidos frescos. Em tanques são criadas juntamente com Tilápias ou Lambarís dos quais se alimentam. Fazer o povoamento como foi descrito na letra B do ítem 2 "Associação com peixe predador".
Uma Traira para pesar 1kg aos 1.5 anos de vida, deverá ter consumido de 7 a 10 kg de carne de outros peixes. Em média elas crescem na proporção de 0.5 a 1.0 kg por ano.
Podem ser criadas em qualquer região do país. Seu habitat preferido são as margens rasas para se abrigarem nas plantas aquáticas e ribeirinhas. Reproduz de 1 a 2 vezes no verão (de novembro a março) Cada fêmea pode desovar até 2000 ovos de cada vez. Para consumo é uma das espécies mais procuradas.
ESPÉCIES DE PIRACEMA QUE NÃO DESOVAM EM CATIVEIRO
Os recentes progressos obitidos na produção artificial de peixes Reofílicos ( peixes que emigram rio para realizar a desova ) têm ampliado constantemente a lista de espécies das quais já se pode produzir alevinos em laboratórios em grandes quantidades comerciais.
As espécies mais produzidas são:
1 - PACU - CARANHA (COLOSSOMA MITREI-PIARACATUS MESOPOTÂMICUS )
É uma espécie nobre da Bacia do Rio Paraná. Apresenta elevada rusticidade e prolificidade com maturidade sexual entre 3 e 4 anos de idade. Quando adulto o formato de seu corpo é oval, com coloração cinzenta e quando jovem sua coloração é violácea.
ALIMENTAÇÃO
Nas fases de pós- larva e alevino pequeno seu alimento principal é o ZOOPLANCTON, passando posteriormente a ingerir frutas, legumes tubérculos e ração. Consome também pequenos moluscos, crustáceos e insetos aquáticos. Apresentam melhor crescimento em águas que apresentam temperatura entre 20 e 30 o C. Suportam temperaturas de até 12o C por um período de tempo não muito prolongado. Em condições ideais de cultivo pode atingir até 1.5 kg por ano, sendo excelente para o crescimento em grandes açudes e tanques.
2. TAMBAQUI (colossoma macropomum)
É uma das principais espécies do Rio Amazonas, muito apreciado pela sua carne. Apresenta nadadeira adiposa óssea, dorso pardo escuro e ventre esbranquiçado. A forma do Tambaqui jovem é ovóide sendo que nos adultos são mais alongados. Podem atingir até 20 kg de peso. Seu hábito alimentar é semelhante ao do Pacu aproveitando ainda melhor o Zooplancton. Sua maior limitação consiste na baixa resistência ao frio e a mudança brusca de temperaturas. Com águas abaixo de 20 C seu crescimento é paralizado, ocorrendo mortalidade quando a temperatura da água desce para 15 C.
3.TAMBACU
Resultado do cruzamento do Tambaqui com o Pacu, possuindo todas as características positivas das duas espécies que lhe deram origem. Crescem 20% a mais e resistem melhor as baixas de temperaturas.
4. CURIMATÃ (PROCHILODUS sp)
São peixes que possuem hábito alimentar ILIÓFAGO, isto é, consomem resíduos orgânicos no fundo do viveiro e fezes de outros peixes. Por este motivo são muito apreciados no policultivo. Crescem bem em grandes viveiros podendo atingir de 500 a 800 gr no primeiro ano de vida. São encontrados em todas as bacias hídricas do país. Podem atingir a maturidade sexual com um ano de vida, respondendo facilmente à desova induzida.
5. CARPA CAPIM ( CTENOPHARYNGODON IDELLA )
Peixe de origem chinesa que não se reproduz em cativeiro. Apresenta hábito alimentar herbívoro, consumindo plantas aquáticas, capins, legumes, frutas maduras e mandioca macerada.
É de crescimento muito rápido, consumindo diariamente 50% de seu peso vivo em alimento, quando a temperatura da água está acima de 22oC. Pode atingir até 1.5 kg no primeiro ano de vida. A conversão alimentar desta espécie chega a 30 : 1, e suas fezes são excelente fertilizantes orgânicos para os viveiros onde são criadas. É também muito utilizada no policultivo para manter os tanques livres de plantas aquáticas e ribeirinhas, além de filtrar micro-algas através dos arcos branquiais.
6. CARPA PRATEADA (HYPOPHTHALMICHLYS MOLITRIX )
Alimenta-se após um mês de vida de FITOPLANCTON, característica que a torna muito requisitada para o policultivo, pois mantem o controle das micro-algas, melhorando assim a qualidade da água para as outras espécies.
Pode ingerir ração balanceada, desde que esta esteja bem fina e coada. Apresenta um bom desenvolvimento atingindo de a 1 a 1.5 kg no primeiro ano de vida. Embora sua carne possua sabor insípido e alcance baixos preços no mercado, seu custo de produção é quase nulo, uma vez que não encontramos qualquer outra espécie, nativa ou exótica, que aproveite tão bem o fitoplancton disponível no viveiro.
7. CARPA CABEÇA GRANDE (ARYSTICHTYS NOBILIS )
É dentre as carpas chinesas a que vem apresentando crescimento mais rápido no Brasil, chegando atingir 2kg com apenas 1 ano de vida. Apresenta hábito alimentar ZOOPLANCTON, no entanto pode consumir ração e até detritos orgânicos. É um peixe mais dócil que a carpa prateada, podendo até mesmo ser cruzada com ela gerando híbridos. Ambas são consideradas filtradas do plancton dissolvido na água para as outras espécies. É muito requisitada para o policultivo.
OBSERVAÇÃO: Os alevinos das espécies de Piracema podem ser conseguidos nas estações de piscultura particulares ou governamentais as quais damos alguns endereços no final da apostila. A produção destes pelo próprio criador será um segundo passo na exploração da atividade, pois, apesar de exigirem um instrumental relativamente barato, por outro lado o produtor terá que ter uma experiência prévia em piscicultura e uma noção mais técnica desta operação.
PARTE IV
OS SISTEMAS DE CRIAÇÃO
Existem vários métodos de criações intensivas que se prestam ao interesse e cada objetivos de cada produtor individualmente. Citaremos com brevidade alguns deles:
1. MÉTODO VARIANTE: Consiste na criação de uma mesma espécie e num mesmo tanque em todas as fases da vida do animal ( reprodução, crescimento e engorda )
2.MÉTODO DO MONOSEXO: Consiste em criar exclusivamente machos de Tilápias, para engorda, excluida assim a possibilidade de reprodução.
3.MÉTODO DA ASSOCIAÇÃO COM PEIXE PREDADOR: Já descrito anteriormente.
4.MÉTODO DO CONSÓRCIO : ANIMAL X PEIXE: Consiste em criar peixes combinados com a criação de um animal que lhes forneça fezes frescas para consumo direto ou fertilização da água.
Consórcio Marreco de Pequim X Peixes: Neste sistema o marreco é o produto principal e o peixe o secundário, pois é criado com sobras de ração e fezes dos marrecos. As fezes de 300 marrecos adubam 1 ha de água.
Consócios Suínos X Peixes: Onde o estêrco lavado ou raspado das pocilgas são introduzidos nos tanques para alimentar diretamente os peixes ou fertilizar os tanques. Para cada hectare de lâmina dágua são necessários de 60 a 100 suínos. Um suíno trata de 200 m2 de superfície. Ideal para Carpas, Tilápias, Curimatãs, etc.
5. MÉTODO DO POLICULTIVO: Este método descrevemos mais abrangente por se tratar do mais conveniente para a grande maioria dos criadores. É um método apropriado para o crescimento e engorda de alevinos até o ponto de abate. Envolve o cultivo num mesmo tanque de espécies diferentes, com hábitos distintos. Além das Carpas Comuns, Tilápias Nilóticas, Lambaris e Trairas; peixes que não apresentam dificuldades para a produção de alevinos por qualquer produtor iniciante, devemos lançar mão também de espécies que apresentam grande ganho de peso e cuja carne tem melhor valor comercial. São eles: O Pacu Caranha, o Tambaqui, o Curimatã, a Carpa Cabeça Grande a Carpa Prateada e a Carpa Capim. Estes, por serem espécies de piracema, não desovam em tanques e recintos fechados, sendo necessário obter estes alevinos em criatórios já mais adiantados e tecnificados. Estes alevinos são produzidos em pequenos laboratórios para desovas induzidas.
PEIXAMENTO EM POLICULTIVO
Nem sempre é possível conseguir em uma mesma época do ano um lote de alevinos uniformes em tamanho e peso de espécies diferentes para se iniciar um policultivo. Cada espécie tem um período típico para a reprodução.
Algumas espécies se reproduzem em cativeiro e é relativamente fácil para qualquer piscicultor iniciante produzir alevinos destas espécies. É o caso da Tilápia, do Lambari, da Carpa Comum e da Traira. Para Lambaris e Tilápias é necessário apenas um tanque onde ficam as matrizes, reprodutores, juvenis e alevinos em idade diferentes mas da mesma espécie (Método Variante). Os alevinos são retirados em despescas parciais e transferidos para o tanque de policultivo. Já a Carpa Comum exige um tanque para matrizes e reprodutores e de 1 a 3 tanques para soltar as desovas para posterior captura e peixamento no tanque de policultivo. A Traira exige um tanque maior (200 m2 ) para matrizes e reprodutores povoando com peixes forageiros ( Tilápias e/ou Lambari ) e de 1 a 3 tanques (100m) para soltura de suas desovas. As Trairas, como a Carpa Comum desovam duas vezes cada fêmea entre a primavera e o verão. Os alevinos de Traira podem ser introduzidos juntos com os de Tilápia e Lambari. No policultivo a Carpa Comum pode ser introduzida juntamente com as outras espécies, no início do peixamento. Já para o Lambari e a Tilápia é mais seguro fazer a soltura dos alevinos de 4 a 8 meses antes da despesca final total para evitar super população, que acarretaria atraso no desenvolvimento dos peixes principais anteriormente introduzidos, causados pela competição alimentar.
A produção obtida com o peixamento destas 4 espécies deve ser considerada adicional.
Para as espécies nobres que não desovam em cativeiro (Pacu, Tambaqui, Tambacu, Carpa Cabeça Grande, Carpa Prateada, Carpa Capim, Curimatã, Piauçu, etc) existe a alternativa de se comprar estes alevinos nas estações produtoras particulares ou estatais.
ESTIMATIVA DA PRODUÇÃO E DA DENSIDADE DE ESTOCAGEM
Uma vez conhecendo-se os hábitos alimentares dos peixes no sistema de policultivo e a qualidade e quantidade de alimento disponível, pode-se calcular a porcentagem de cada espécie a ser criada.
Exemplificando = Povoamento de um tanque de 1000 m2.
Peixamento principal Peixamento secundário Peixamento terciário
50 a 60% 30 a 40% 10%
Tambacu Carpa Prateada Curimatã-(5%)= 100und.
e/ou e/ou +
Tambaqui =1000 und. Carpa Cab. Gr. = 600und.
e/ou e/ou Carpa Capim (5%) =100und.
Pacu Carpa Comum
Época de Peixamento Época de Peixamento Época de Peixamento
Setembro a Dezembro Setembro a Dezembro Setembro a Dezembro
DADOS, E ESTIMATIVAS E CARACTERISTICAS DO PEIXAMENTO
Padrão de alevino - Alevino ( 1.5 a 2cm )
Densidade populacional inicial - 02 alevinos / m2
Capacidade Total de Suporte - 2000 alevinos
Expectativa de Sobrevivencia Final
ótima - 50%
regular - 30%
ruim - 10%
Duração do período de engorda - 1.5 anos
Início ideal do peixamento - set./out.
Término ideal do peixamento - fev./ mar. (1.5 anos após o peixamento inicial)
Estimativa de produção ótima = 600kg
regular = 300kg
ruim = 100kg
Nível Tecnológico - Semi-intensivo:
( Fertilização orgânica e inorgânica + sub produtos da propriedade + ração balanceada)
Preços da Comercialização do Pescado Sem Processamento - Março 1995
Peixe redondo Peixe comprido
Pacu - Tambaqui Curimba - Carpa
Preços pagos ao produtor na granja R$2.00kg R$0.80kg
Preço de venda no Pesque-pague R$5.00kg R$3.00kg
Preço ao consumidor em Super-Mercados R$6.00kg R$3.00kg
A PRINCIPAL VANTAGEM DO POLICULTIVO
A principal vantagem do policultivo é o quase total aproveitamento dos diferentes tipos de alimentos que podem ser encontrados no meio aquático.
Exemplificando : O Lambari, que tem hábito de superfície, circunda todo o perímetro do tanque consumindo plancton, larvas de animais aquáticos, insetos e esterco fresco. A Carpa Comum habita todos os substratos do tanque; na superfície, no meio e no fundo dos tanques consumindo os planctons, fezes de animais e fezes das carpas prateada e capim além dos benctons que são pequenos animais do fundo do tanque. A CARPA CAPIM mantém limpo o tanque da invasão de gramíneas e plantas aquáticas.
A CARPA CABEÇA GRANDE e a Prateada filtram o plancton dissolvido na água, melhorando as condições híbridas para outras espécies. O PACU e o TAMBAQUI são onívoros e aproveitam além de ração balanceadas: fezes e esterco animal, leguminosas, legumes e frutas, etc. Traira e Tucunaré são carnívoros e eliminam os peixes fracos e doentes proporcionando assim uma seleção natural. Além disso estes consomem o excesso de Lambaris ou Tilápias, controlando assim a super população destas duas espécies. Habitam as águas superficiais e ribeirinhas, refugiando-se nas plantas aquáticas.
Como vimos, cada peixe tem um hábito alimentar diferente do outro, ocorrendo assim uma diversificação espacial dos cardumes, pois cada espécie escolhe um substrato do tanque. Lambaris, Traíras, Carpa Capim, Carpa Prateada, Carpa Cabeça Grande, habitam as águas superficiais. Já a Carpa Comum, o Pacu e o Tambaqui habitam e se alimentam na camada intermediária dos tanques. No fundo do tanque encontramos as Tilápias e o curimatã. É também provável que a Tilápia se alimenta das excreções da Carpa Comum, e que esta passe a consumir as da Carpa Prateada, em cujos excrementos estão incluidas microalgas por ela não ingeridas e que servem para a nutrição da Carpa Comum que não consegue captar algas livres na água.
- 300 a 400 marrecos tratam de 1 ha de tanque.
- 1 suíno trata de 100 m2 de água.
- Convém lembrar que o esterco de gado e os adubos químicos favorecem principalmente o desenvolvimento do fitoplancton enquanto os estercos de aves e suínos promovem um maior desenvolvimento inicial do zooplancton. A cor da água pode ser um bom indicador do plancton.
Cor verde - pardacento = muito fito e zooplancton.
Cor verde - clara = muito fito e pouco zooplancton.
Cor pardacenta = muito zoo e pouco fitoplancton.
- Do povoamento dos viveiros até que a biomassa atinja 1000/kg/ha o cultivo pode ser feito exclusivamente com o uso de esterco.
- Quando a biomassa atinge 1000 kg , inicia-se a alimentação suplementar com milho, na base de 3 a 5 % do peso vivo da biomassa por dia.
- Quando a biomassa atinge 3000 kg/ha suspende-se o milho e inicia-se o uso de ração balanceada com 25 a 30% de proteína bruta, o qual perdurará até uma biomassa final de 5 ou 6 ton/ha. Nesta ocasião é feita a despesca.
PARTE V
DICAS E MACETES PRÁTICOS
1. Peixe BEBENDO AR na superfície da água pela manhã:
= Significa que o tanque está com pouco oxigênio.
- Suspender a adubação e a alimentação até normalizar a situação, renovando também 50% da água do tanque.
2. Para se saber se a água está com nível satisfatório de transparência:
- Enfiar a mão até o cotovelo dentro da água. Se você continuar a ver nitidamente a mão é sinal que a qualidade da água está boa, não atingiu um índice de saturação perigoso para os peixes.
3. Retirar sempre dos tanques toda a vegetação existente; seja emersa, submersa, fixa na margem ou flutuante. A vegetação corta a incidência da luz solar dentro do tanque, atrapalhando a produção do plancton, além de também consumir boa parte da adubação do tanque.
4. Quando a adubação dos tanques for MISTA, ou seja, composta de estrume e adubo químico, deve-se dosar as aplicações em torno de 50% do que foi indicado nas tabelas.
5. Alimentar os peixes diariamente, na mesma hora, emitindo um mesmo sinal que pode ser um assovio, um bater de palmas, ou bater na vasilha ou em madeira. Os peixes assim acostumados se reunem mais facilmente para a pesca com anzol ou tarrafa num mesmo local.
6. ALIMENTAÇÃO DE LARVAS: Na fase de larva, independente da espécie, devemos introduzir no tanque uma alimentação mais proteíca. Recomendamos o uso da gema de um ovo, cozida seca e pulverizada. Um ovo trata de 5000 larvas por dia.
7. USO DO AGUA - PÉ : Nunca deixar que ele se espalhe num tanque ou açude mais que 5% da área total deste tanque, pois ele retira a adubação e consome grande parte do oxigênio.
8. TRANSPORTE DE PEIXES: À pequena distância por mais ou menos uma hora:
- Transportar em latão de leite de 50 litros. Dentro colocar 2 tijolos ou 3 lajotas. Os furos dos tijolos liberam oxigênio por mais ou menos uma hora.
9. DOENÇAS: Se observarmos pequenos pontos brancos localizados por todo o corpo ou manchas brancas semelhante a algodão localizados na pele, brônquios, boca, nadadeiras, olhos, etc, apresentando movimentos desordenados, separamos os peixes que apresentam estes sintomas em outro tanque e utilize uma das seguintes substâncias nas proporções abaixo:
- Azul de metileno a 1%: 10 ml para 451 t de água, por um período de 60 minutos.
- Permanganato de potássio: 1gr para 100 tl de água por um período de 60 a 90 minutos.
- Cloreto de sódio (Sal de cozinha): 10 gr por 1t de água por 10 minutos.
Após este tratamento dos peixes doentes, desinfetar os tanques ou viveiros da seguinte forma: esvaziar e expor os tanques ao sol, para desinfetá-los com cal virgem, enchê-los depois de algumas horas, deixando por 15 dias, e, finalmente esvaziá-los e substituir a água por outra limpa, recolocando-se os peixes no viveiro.
DOENÇAS PARASITÁRIAS:
É comum confundir morte provocada por baixa concentração de oxigênio na água com morte provocada por deficiência respiratória induzida por um grande número de parasitas nas branquias (monoglinideos). Tratar os peixes afetados com cloreto de sódio ou azul de metilano, como descrito acima.
BIBLIOGRAFIA:
1. GRADVOHL, M. P. G. M. - "HIBRIDAÇÃO DE TILÁPIAS"
CEPLAC/ Divisão de zootecnia e Pisicultura, Ilhéus - BA.
2. SOBRINHO, A. C. - "CARTILHA DO CRIADOR DE PEIXES"- 3ª Edição 1981 MINTER / DNOCS - Diretoria de Pesca e Pisicultura, Fortaleza - CE.
3. IBAMA - Departamento de Pesca e Agricultura - "Criação de Peixes" - Brasília - DF.
4. PROGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO DA PISICULTURA DO DISTRITO FEDERAL "Criação de Carpas e Tilápias". Brasília - DF.
5. REVISTA INFORME AGROPECUÁRIO - EPAMIG - "Pisicultura Intensiva" no 39 / 1978
Belo Horizonte - MG.
6. REVISTA GLOBO RURAL - Editora Globo
no 50 / Dez. 89 / Pag. 50 Rio de Janeiro - RJ.
7. LOUREIRO, B. T. - "Pequenas Barragens de Terra"
Centro de Ensino e Extensão - Universidade Federal de Viçosa - Viçosa - MG.
8. REVISTA EXTENSÃO EM MINAS - EMATER-MG
no 46 - 1991 Belo Horizonte - MG.
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