sexta-feira, 6 de maio de 2011

Pesquisador mexicano se interessa por pesquisas da Embrapa sobre piscicultura

Despesca de pintando em uma piscicultura na região da Grande Dourados - Foto: Márcia Mayumi Ishikawa/Embrapa Agropecuária Oeste
Compreender como a Embrapa Agropecuária Oeste, empresa vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, estabelece as demandas e realiza os trabalhos de transferência de tecnologia, além de conhecer as pesquisas da Unidade com espécies nativas de peixes em Mato Grosso do Sul. Esses foram os objetivos do pesquisador mexicano Carlos Antonio Martinez Palacios, do Instituto de Investigaciones Agropecuarias y Forestales (IIAF) e Universidad Michoacana de San Nicolas de Hidalgo (UMSNH), que esteve em Dourados, MS, no mês de abril visitando a Unidade.

Martinez veio ao Brasil com uma equipe de pesquisadores, em diferentes áreas, interessados em conhecer os trabalhos da Embrapa. Em um primeiro momento, conheceram a sede da empresa em Brasília e depois seguiram às unidades com trabalhos relacionados às suas pesquisas. “Essa é uma grande oportunidade, porque meu instituto possui várias áreas: agrícola, pecuária e aquicultura. Possivelmente faremos uma cooperação de trabalho”.

Segundo Martinez, sua equipe já possui vínculos de colaboração no Brasil com instituições de ensino, e a visita a diversas Unidades da Embrapa é uma oportunidade de troca de conhecimentos com uma empresa de ciência e tecnologia.

“Precisamos ser como a Embrapa na Transferência de Tecnologia e na piscicultura essencialmente. Estou surpreso com o desenvolvimento da piscicultura com as espécies nativas. Nunca pensei que o Brasil, em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, pudesse ter esse desenvolvimento. Queremos copiar esse modelo nas áreas de espécies nativas, porque sempre importamos espécies exóticas”, explica Martinez.

Atualmente, Martinez trabalha com o cultivo e a produção da tilápia e com o resgate do peixe branco, espécie nativa parecida com o peixe-rei. “Esta espécie possui alto valor no mercado, assim como os surubins, e as pessoas querem cultivá-los”.

Para ele, o México precisa intensificar as pesquisas e promover o desenvolvimento de espécies nativas. “As espécies da região têm muitas vantagens em relação às exóticas. Acredito que a Embrapa Agropecuária Oeste é um bom exemplo do que se pode fazer com uma espécie que é consumida localmente e que possui alta produção”, comenta.

Em julho deste ano, o pesquisador mexicano e a equipe da área de piscicultura devem se encontrar novamente, dessa vez no III Congresso Brasileiro de Produção de Espécies Nativas e III Conferência Latino-Americano sobre cultivo de peixes nativos, que acontece em Minas Gerais, de 13 a 15 de julho. Em 2007, Martinez foi um dos palestrantes do I Congresso Brasileiro de Produção de Peixes Nativos de Água Doce, que foi realizado na Embrapa Agropecuária Oeste.

Durante a visita, os pesquisadores da Embrapa Agropecuária Oeste, Márcia Mayumi Ishikawa e Hamilton Hisano, mostraram a Martinez pisciculturas da região especializadas na produção de alevinos e engorda. Além disso, explicaram a atuação do Aquabrasil, projeto em rede, existente desde 2007, coordenado pela Embrapa, para promover o incremento da tecnologia na aquicultura brasileira e outros projetos desenvolvidos pelos pesquisadores com financiamento da Fundet, CNPq e Finep.

Segundo Hisano, com a visita de Martinez, também se abre uma possibilidade de agregar os trabalhos de pesquisa em rede sobre piscicultura. “Martinez coordena a parte de biotecnologia aquícola de um projeto em rede com demandas muito próximas às nossas”.

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