segunda-feira, 25 de abril de 2011

Tilápia para matar a fome do mundo

A tilápia é um peixe de água doce de origem africana, que foi introduzido no Brasil na década de 50. Existem diversas espécies de tilápia, mas a que melhor se adaptou ao Brasil foi a tilápia-do-nilo (Oreochromis Niloticus), que pode pesar até cinco quilos. Esta espécie de tilápia foi um dos primeiros peixes a serem criados em aquicultura pelos antigos egípcios, a 4.000 anos. A tilápia é hoje o peixe mais criado do mundo. Isso ocorre porque é um peixe adaptável, se reproduz facilmente, cresce rapidamente, e tem uma baixa taxa de conversão alimentar: enquanto os demais peixes tem a taxa de 1,6, a tilápia tem 1,3 (para se obter um quilo de peso, a tilápia consome 1,3 kg de ração).
As facilidades para a criação da tilápia, acabaram disseminando o peixe na aquicultura de subsistência, e nos populares pesque-pagues do interior do Brasil. Mas isso acabou “queimando” a imagem do peixe, pois como não são utilizadas técnicas apropriadas, o peixe fica com o conhecido “gosto de terra”, porque ele acaba se alimentando de lodo e algas. A tilápia criada em cativeiro, alimentada com ração, não tem esse “gosto de terra”, tem uma carne branca de sabor suave, tem baixo teor de gordura, alto valor proteico e contem ômega 6, e é muito versátil na cozinha (pode ser frita, cozida, assada, crua...). Por isso é um produto muito valorizado no mundo, principalmente nos Estados Unidos, onde seu alto consumo, continua crescendo (US$ 51 milhões em 2000 e US$ 162 milhões em 2005). Isso tem levado grandes empresas de aquicultura no Brasil a voltar os olhos para esse peixe.

A tilápia é uma grande alternativa para resolver o problema de escassez de peixes nos mares, causada pela pesca predatória. Além disso pode trazer grandes benefícios sócio econômicos, gerando emprego e renda. O Ceará é o maior produtor de tilápia do Brasil, com 30 mil toneladas por ano, e tem potencial para produzir pelo menos 10 vezes mais. Já são mais de 500 produtores, mas o potencial do mercado viabiliza a entrada de muito mais. O Açude do Castanhão, no município de Nova Jaguaribara, recebeu do Governo Federal a instalação de um parque aquícola, com potencial de produção de 32 mil toneladas do pescado. É um orgulho ver o Ceará contribuindo com a alimentação mundial!!!

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