sexta-feira, 5 de agosto de 2011

expande piscicultura em Rondônia Projeto no município de Pimenta Bueno possibilita colocar no mercado peixes gerados por reprodutores com origem genética conhecida

Rastreabilidade do tambaqui expande piscicultura em Rondônia

Projeto no município de Pimenta Bueno possibilita colocar no mercado peixes gerados por reprodutores com origem genética conhecida

por Globo Rural Online com informações da Agência Sebrae
Ernesto de Souza 
piscicultura de Rondônia expandiu-se significativamente nos últimos cinco anos. Em 2005, um diagnóstico apontou que a produção total do estado era de 5,5 milhões de alevinos. Em 2010, apenas um produtor do município de Pimenta Bueno é responsável por colocar no mercado esse mesmo montante. A qualidade registra melhora devido ao projeto “Rastreabilidade do Tambaqui de Rondônia”, que teve início em 2005. 

Eles desconfiavam que a consanguinidade, o grau de parentesco entre alevinos de ascendência comum, fornecidos pelos laboratórios do estado, seria muito alta. “A consanguinidade não deve ser aleatória, pois pode gerar problemas, como o risco de o alevino nascer com escoriações na lombar e ser suscetível a doenças”, explicaDanilo Streit, consultor responsável pelo projeto no Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), entidade que atua em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) na iniciativa.
De acordo com Streit, a suspeita dos produtores não foi comprovada, mas o fato motivou a equipe de pesquisa doNúcleo de Pesquisas PeixeGen, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), no Paraná, a avaliar a variabilidade genética dos plantéis comerciais de Rondônia. “O resultado demonstrou que havia alta variabilidade genética destes plantéis de reprodutores de tambaqui, muito embora tenham a mesma origem fundadora”, diz o consultor. 

O projeto de Rastreabilidade do Tambaqui de Rondônia busca desenvolver peixes gerados por reprodutores com origem genética conhecida e engordados em sistema de produção que não libere dejetos para o meio ambiente. “Trata-se de uma espécie nativa da Amazônia, com identificação genética da origem. Isso possibilita um pacote de produção melhor e com menor custo, com valor agregado”, ressalta Streit. 

Laboratório Piscigranja Boa Esperança, em Pimenta Bueno, é um dos parceiros do projeto na produção dos alevinos. Há cinco anos, esse laboratório produzia 1,2 milhão de tambaquis por ano. Em 2010, a produção já ultrapassa 5 milhões, em 45 tanques. “Não adianta trabalhar com piscicultura sem apoio técnico. Com a rastreabilidade, o peixe, que antes demorava 11 meses para alcançar 2 quilos, hoje leva sete meses para atingir o mesmo peso”, conta Neguni Yokoyana, proprietário do Piscigranja. 

Os alevinos recebem um microchip contendo informações de sua origem. Com a rastreabilidade do tambaqui, o criador engordará um peixe com origem genética conhecida e terá disponível um pacote de produção desenvolvido para a espécie a partir das condições locais. O projeto está no momento de certificação dos plantéis utilizados para se produzir o peixe. “Estimamos que em meados de 2012 este projeto esteja concluído. A idéia é replicarmos a experiência para, pelo menos, 300 produtores em Pimenta Bueno", prevê o consultor do Sebrae.
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