Para os carcinicultores, um dos pontos importantes a serem retificados ou emendados na proposta a ser indicada pelo relator Dep. Aldo Rebelo (PC do B – SP) é a que transforma em Áreas de Preservação Permanente (APPs) todas as margens de cursos d’água (rios e lagoas), inclusive as áreas que sofrem influências das marés, ou seja, exatamente os locais onde atividades econômicas consolidadas como a carcinicultura, e até históricas como a produção de sal se encontram instaladas na zona costeira dos Estados do Ceará e Rio Grande do Norte.
Segundo o Presidente da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC), o Engenheiro de Pesca Itamar Rocha, não só as duas atividades como outras que necessitem ocupar essas áreas seriam totalmente inviabilizadas.
As propostas impostas com embasamento técnico e legal pelos carcinicultores tem conseguido convencer inúmeros deputados a proporem tais emendas, como é o caso do Dep. Henrique Alves (PMDB – RN) que através da bancada de seu partido no Câmara dos Deputados, ressaltou a importância e a validade dos argumentos e deve apresentar tais emendas ao Plenário baseados em tais argumentações apresentadas pelo setor produtivo.
Apesar de toda movimentação é possível que a votação da matéria seja adiada, segundo o Presidente da Câmara dos Deputados, Dep. Cândido Vaccarezza (PT – SP), já que não há uma proposta consenso. A idéia é convidar o relator do projeto, os aliados e membros da Casa Civil para definir estratégias e viabilizar uma proposta que atenda a base do governo e ambientalistas.
Nota do Blogger: Indiscutivelmente, o código vigente precisa passar por alterações, entretanto esperava-se um comportamento de todos os envolvidos mais técnico e menos ideológico nessa discussão. O clima de “Fla-Flu” que foi criado nos últimos anos entre “ruralistas” e “ambientalistas”, trouxeram para esse debate inúmeros excessos, de ambas as partes, que comprometeram questões importantes e, consequentemente negando a construção de uma proposta que considere as particularidades ambientais regionais de cada região e seus respectivos biomas, bem como o processo de desenvolvimento econômico de atividades produtivas agrícolas nessas áreas.
É mais do que necessário termos regulamentos que criem as áreas de preservação permanente e reservas legais, contudo que sejam desconsideradas no processo de construção dessa regulamentação, a ótica excessiva e desgastada de princípios como o da precaução e/ou do preservacionismo radical que até então não contribuíram para a formatação de uma proposta que equilibre desenvolvimento e sustentabilidade.
Fontes utilizadas:
Fotos do post: www.oceanografia.com e www.ecopress.org.br
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