Manejo reduz estresse e mortalidade de peixes
Publicado em 4 de julho de 2011
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Os alevinos recebem ração em pó com proteínas e vitaminas, em dez doses diárias, durante o primeiro mês
FOTO: HONÓRIO BARBOSA
A preocupação com o bem-estar de peixes também pauta o trabalho de produtores em gaiolas no Açude Muquém
Cariús A paisagem dos açudes públicos na região Centro-Sul foi transformada na última década. É crescente o número de projetos associativos de criação intensiva de tilápias em tanques-redes. A espécie tailandesa, a partir de um melhoramento genético, foi a que melhor se adaptou à região Nordeste, cujas águas dos reservatórios têm temperatura elevada. Os produtores, com apoio de instituições públicas, vêm implantando novas técnicas de bem-estar animal. O objetivo é reduzir a mortalidade de alevinos e peixes, e o estresse do pescado com mais espaço nas gaiolas.
A criação de tilápias com redução de estresse e de mortalidade é uma preocupação da Associação dos Aquicultores do Açude Muquém na zona rural de Cariús. O projeto de piscicultura foi implantado no início deste mês, a partir da instalação do primeiro lote de dez gaiolas-berçários com 2 mil alevinos, cada. Nos próximos cinco meses, quantidade igual será implantada de forma escalonada.
O sistema de criação intensiva ou gaiola permite a renovação contínua de água. É uma das formas que se tem tornado popular, devido ao fácil manejo e rápido retorno do investimento, além de ser uma alternativa viável para geração de emprego e, ainda, aumento da renda da agricultura familiar no sertão cearense, que dispõe de oferta de açude público com vasto espelho d´água.
Nutrição
Os alevinos pesando uma grama são colocados nos berçários e recebem, durante o primeiro mês, ração em pó com 56% de proteína e o restante de vitamina, a cada hora a partir das 7 horas da manhã até às 17 horas. São dez doses diárias. Os alevinos alcançam o peso médio de 12 gramas. No fim do segundo mês, chegam a pesar 40 gramas e a alimentação é fornecida oito vezes por dia. A partir do terceiro mês, entram na fase de engorda e recebem ração três vezes por dia, com 32% de proteína, além de energético à base de milho e de óleo de peixe. Ao fim do ciclo, no sexto mês, devem pesar em média 750 gramas.
A ração começa em pó e termina em granulados de quatro a seis milímetros. O tamanho dos tanques-redes usados no Projeto Muquém tem padrão de 2 metros quadrados por 1,2 metro de profundidade. A tela de contenção também é variável de acordo com o tamanho dos peixes. A tela é de tubo galvanizado com PVC aderido. O berçário tem tela em fio de nylon. Nas gaiolas são colocadas telas de nylon de 1mm que formam uma espécie de comedouro e evita que a ração caia no açude.
As tilápias criadas em cativeiro passam por um processo de reversão genética. Até o 10º dia, os alevinos têm a sexualidade indefinida. Nesse período recebem ração com hormônio masculino. São, portanto, transformadas em macho, porque adquirem maior crescimento e peso do que as fêmeas, adequando-se à finalidade comercial.
No sexto mês, quando termina o ciclo de engorda, cada gaiola deve ter 700 peixes.
"Quanto menor a densidade melhor para o pescado e aqui estamos trabalhando nesta perspectiva", explica o zootecnista, Charles Alves, responsável técnico pela implantação do projeto de piscicultura no Açude Muquém. "O grupo está animado e trabalhando de forma unida, com perspectiva de produção a partir do próximo mês de novembro", afirma ele.
A Associação dos Aquicultores do Açude Muquém é formada por 18 produtores e foi criada há seis anos, após conclusão da barragem, por antigos trabalhadores rurais que viram as terras em que plantavam e criavam animais cobertas pela água.
O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), Ematerce e Instituto Agropolos, incentivou a implantação do projeto de piscicultura com o objetivo de ampliar a renda das famílias atingidas pela construção do açude. Na época, cada família recebeu uma casa e um lote de quatro hectares para o plantio de culturas de subsistências.
MAIS INFORMAÇÕES
Secretaria de Agricultura
Rua Raul Nogueira, S/N, Bairro Esplanada, (88) 3514. 1219
prefeituracarius.ce@gmail.com.br
Honório Barbosa
Repórter
Publicado em 4 de julho de 2011
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Os alevinos recebem ração em pó com proteínas e vitaminas, em dez doses diárias, durante o primeiro mês
FOTO: HONÓRIO BARBOSA
A preocupação com o bem-estar de peixes também pauta o trabalho de produtores em gaiolas no Açude Muquém
Cariús A paisagem dos açudes públicos na região Centro-Sul foi transformada na última década. É crescente o número de projetos associativos de criação intensiva de tilápias em tanques-redes. A espécie tailandesa, a partir de um melhoramento genético, foi a que melhor se adaptou à região Nordeste, cujas águas dos reservatórios têm temperatura elevada. Os produtores, com apoio de instituições públicas, vêm implantando novas técnicas de bem-estar animal. O objetivo é reduzir a mortalidade de alevinos e peixes, e o estresse do pescado com mais espaço nas gaiolas.
A criação de tilápias com redução de estresse e de mortalidade é uma preocupação da Associação dos Aquicultores do Açude Muquém na zona rural de Cariús. O projeto de piscicultura foi implantado no início deste mês, a partir da instalação do primeiro lote de dez gaiolas-berçários com 2 mil alevinos, cada. Nos próximos cinco meses, quantidade igual será implantada de forma escalonada.
O sistema de criação intensiva ou gaiola permite a renovação contínua de água. É uma das formas que se tem tornado popular, devido ao fácil manejo e rápido retorno do investimento, além de ser uma alternativa viável para geração de emprego e, ainda, aumento da renda da agricultura familiar no sertão cearense, que dispõe de oferta de açude público com vasto espelho d´água.
Nutrição
Os alevinos pesando uma grama são colocados nos berçários e recebem, durante o primeiro mês, ração em pó com 56% de proteína e o restante de vitamina, a cada hora a partir das 7 horas da manhã até às 17 horas. São dez doses diárias. Os alevinos alcançam o peso médio de 12 gramas. No fim do segundo mês, chegam a pesar 40 gramas e a alimentação é fornecida oito vezes por dia. A partir do terceiro mês, entram na fase de engorda e recebem ração três vezes por dia, com 32% de proteína, além de energético à base de milho e de óleo de peixe. Ao fim do ciclo, no sexto mês, devem pesar em média 750 gramas.
A ração começa em pó e termina em granulados de quatro a seis milímetros. O tamanho dos tanques-redes usados no Projeto Muquém tem padrão de 2 metros quadrados por 1,2 metro de profundidade. A tela de contenção também é variável de acordo com o tamanho dos peixes. A tela é de tubo galvanizado com PVC aderido. O berçário tem tela em fio de nylon. Nas gaiolas são colocadas telas de nylon de 1mm que formam uma espécie de comedouro e evita que a ração caia no açude.
As tilápias criadas em cativeiro passam por um processo de reversão genética. Até o 10º dia, os alevinos têm a sexualidade indefinida. Nesse período recebem ração com hormônio masculino. São, portanto, transformadas em macho, porque adquirem maior crescimento e peso do que as fêmeas, adequando-se à finalidade comercial.
No sexto mês, quando termina o ciclo de engorda, cada gaiola deve ter 700 peixes.
"Quanto menor a densidade melhor para o pescado e aqui estamos trabalhando nesta perspectiva", explica o zootecnista, Charles Alves, responsável técnico pela implantação do projeto de piscicultura no Açude Muquém. "O grupo está animado e trabalhando de forma unida, com perspectiva de produção a partir do próximo mês de novembro", afirma ele.
A Associação dos Aquicultores do Açude Muquém é formada por 18 produtores e foi criada há seis anos, após conclusão da barragem, por antigos trabalhadores rurais que viram as terras em que plantavam e criavam animais cobertas pela água.
O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), Ematerce e Instituto Agropolos, incentivou a implantação do projeto de piscicultura com o objetivo de ampliar a renda das famílias atingidas pela construção do açude. Na época, cada família recebeu uma casa e um lote de quatro hectares para o plantio de culturas de subsistências.
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Secretaria de Agricultura
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Honório Barbosa
Repórter
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