domingo, 17 de fevereiro de 2013

Peixarias preparam estoque para a quaresma


Peixarias preparam estoque para a quaresma

Os peixes mais procurados neste período por consumidores são o filé de merluza, cação e sardinha

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CARNE BRANCA - Sakai espera uma alta nas vendas de até 25% - Foto: Paulo Cansini
Comerciantes de peixes esperam vender até 25% nas próximas semanas. O motivo é o período de quaresma que começou quarta-feira (13) e que dura 40 dias. Os peixes mais procurados neste período por consumidores, segundo comerciantes, são o filé de merluza, cação, sardinha e tilápia. O proprietário de uma peixaria no centro da cidade, Ricardo Sakai, diz que todo o ano se prepara para esse período, já que a alta nas vendas é garantida. “Ficamos preparados para uma demanda maior, garantindo um maior número de peixes”, revela. Para atrair clientela, ele diz que o jeito é manter bons preços. Sakai já sabe qual é a preferência dos consumidores. “Filé de merluza, filé de salmão, cação em postas, peixe inteiro para assar são os mais procurados”, afirma.
Nas peixarias e supermercados em geral da cidade, é possível encontrar peixes que variam de R$ 6,90 a R$ 28 o quilo.
A técnica de enfermagem Célia Aparecida Paulino, 46, e o marido, o motorista Edélcio Santos, 53, são católicos e levam a sério o período de quaresma todos os anos. Ontem já estava a procura da mistura para as refeições da semana. “Minha família inteira é católica e respeita esses 40 dias, então já vim até o mercado para fazer compras para a semana, trocando a carne vermelha”, relata. Mas apesar de respeitar período, Célia varia o cardápio. “Não tenho um tipo preferido, gosto de peixes sem espinho e está ótimo. O mais importante é o ato religioso que estamos cumprindo”, afirma.
A cabeleireira Ivone Martins, 35, também foi com a mãe comprar peixe ontem. Ela optou para a primeira semana comer filés de tilápia. “É o que eu mais gosto e não como tanto, então já aproveitei para comprar. Mas vou tentar escolher um tipo por semana”, fala.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Materia Completa do Brasil na rota da aquicultura mundial

Encaminho-lhes a notícia divulgada pela CNA, que mostra o potencial
da aquiculturra no Brasil, as possibilidades do mercado externo e, dá

dica do que devemos buscar para alcançarmos êxito na aquicultura.


at.te.

Brasil na rota da aquicultura mundial

Luiz Henrique Mendes

Principal financiador agrícola do mundo, o banco de origem holandesa Rabobank começou a monitorar aquela que promete ser a "próxima fonteira do mercado de proteína animal" no Brasil: a aquicultura



Principal financiador agrícola do mundo, o banco de origem holandesa Rabobank começou a monitorar aquela que promete ser a "próxima fonteira do mercado de proteína animal" no Brasil: a aquicultura. Em estudo inédito, a instituição vislumbra um crescimento contínuo da atividade pelo menos até 2022. O banco calcula que a produção de pescados em cativeiro alcançará cerca de 960 mil toneladas nos próximos nove anos, o dobro das 480 mil produzidas em 2010, segundo os dados mais recentes do Ministério da Pesca.
"O Brasil possui todos os ingredientes para se tornar a próxima superpotência em pescados, rivalizando com produtores como Tailândia, Noruega e China", aponta o estudo "Aquicultura Brasileira: Uma grande indústria de pescados em gestação", assinado pelos analistas do banco Guilherme Melo e Gorjan Nokolik.
Na avaliação do Rabobank, o Brasil reúne condições ideais para suprir o crescimento da demanda por pescados no próximos anos. Melo lembra que o país possui uma das maiores reservas de água do mundo e ampla oferta dos grãos - soja e milho - usados na ração dos peixes. A alimentação representa cerca de 60% dos custos de produção da aquicultura.
De acordo com o estudo, o papel do país no comércio global de pescados pode ser reforçado pelas dificuldades que a China, líder absoluta nas exportações, enfrentará para ampliar a produção de tilápias. Hoje, os chineses fornecem 90% da tilápia congelada importada pelos Estados Unidos e 37% do peixe fresco, conforme o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).
A liderança chinesa no mercado de tilápias parecia inabalável até 2011, quando problemas climáticos emitiram "os primeiros sinais de fraqueza da indústria", analisa o Rabobank. O trabalho mostra que a forte recuperação da produção chinesa no ano passado não foi suficiente. O alto custo da mão de obra e da produção de ração são os principais desafios do país asiático, que produz cerca de 1 milhão de toneladas do peixe por ano.
O Brasil pode encontrar nesses pontos fracos do concorrente uma oportunidade para avançar, abocanhando um filão do comércio global de tilápia, a quarta espécie mais consumida dos EUA, atrás de camarão, atum e salmão. O Rabobank estima que a produção brasileira de tilápias alcançará 413 mil toneladas em 2022, alta de 166% sobre a produção de 2010.
Apesar do avanço projetado pelo Rabobank, o país encontra muitos obstáculos, a começar pela competitividade da indústria nacional. Segundo o analista Guilherme Melo, as principais empresas do setor ainda trabalham com escalas acanhadas, baixa qualidade de ração e falta de definição de padrão (peso e tamanho) dos produtos. Recentemente, o ministro da Pesca, Marcello Crivella, criticou a qualidade da ração produzida no Brasil.
Para Melo, só uma indústria de grande escala, a exemplo das integrações de aves e suínos, "puxaria o gatilho" nas áreas de insumos como genética e ração. "O Brasil está na infância da aquicultura e isso vale para toda a cadeia produtiva", afirma.
Para o Rabobank, o país precisa acelerar as liberações de novas áreas para a aquicultura. No fim do ano passado, o governo federal fez alguns avanços quando autorizou a criação de tambaquis em reservatórios de hidrelétricas na bacia do rio Tocantins. À época, o governo disse que a medida, aliada à linha de R$ 500 milhões aprovada pelo BNDES e aos R$ 4,1 bilhões do Plano Safra da Pesca e Aquicultura, poderia duplicar a produção de peixes de água doce em poucos anos.
Para o analista, o Brasil deve se concentrar no desenvolvimento de poucas espécies, como tilápia (carro-chefe da aquicultura e com potencial de exportação), camarão (com forte demanda do mercado doméstico) e o tambaqui, peixe amazônico que pode se tornar marca registrada do país no exterior.