quinta-feira, 30 de agosto de 2012

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Compra Tanque Rede para Criação de Tilápia














Maripá realiza 14ª Festa das Orquídeas e do Peixe A produção de peixes chega a três mil toneladas por ano

A produção de peixes chega a três mil toneladas por ano
A piscicultura e a produção de orquídeas são atividades econômicas de destaque no município de Maripá, na região Oeste do Estado. A produção de peixes chega a três mil toneladas por ano, e as flores se consolidam como atividade lucrativa. A partir desta quinta-feira (23) até domingo (26), o município realiza a 14ª Festa das Orquídeas e do Peixe de Maripá. 
A expectativa é de que a festa, além de movimentar o comércio de produtos e insumos para a piscicultura, ainda comercialize 20 mil vasos de orquídea. O evento terá exposições de produtos da indústria e comércio, equipamentos de piscicultura, artesanato e orquídeas, além de shows e concursos. Também serão comercializados pratos a base de peixe aos visitantes.
PISCICULTURA - O município de Maripá conta atualmente com 55 produtores comerciais de peixe. A produção é destinada a indústrias da região e de São Paulo. A atividade está em franca expansão e vem exigindo cada vez mais profissionalismo dos produtores. Para discutir os desafios da piscicultura em Maripá e região, a organização da feira pretende reunir 300 produtores, técnicos e estudantes no 11º Encontro Regional de Piscicultores, nesta sexta-feira (24).
Pesquisadores e autoridades vão discutir as boas práticas de manejo e sanidade, como escolher uma boa ração, manejo da água, como conseguir maior rendimento com a piscicultura e o mercado do pescado. O encontro é uma realização da Emater, C-Vale, Prefeitura e Associação dos Aquicultores de Maripá.
ORQUÍDEAS - Atualmente a Associação de Orquidicultores de Maripá reúne 15 associados. A maioria deles tem cultivos comerciais e responde pela venda de 100 mil plantas durante o ano. Para incentivar ainda mais a floricultura, será realizado um curso de cultivo de orquídeas, também nesta sexta-feira(24), no Centro Pastoral Nossa Senhora de Fátima. 
O geógrafo e botânico Marcelo Vieira Nascimento, presidente da Federação Catarinense de Orquidofilia, vai falar sobre os cuidados básicos com as plantas, exigências para o cultivo, adubação, uso de hormônios e vitaminas, entre outros temas. O curso é destinado a qualquer pessoa interessada pelo cultivo de orquídeas e não exige qualquer conhecimento prévio. 
Serviço: 14ª Festa das Orquídeas e do Peixe de Maripá
Data: de 23 a 26 de agosto
Local: Centro Municipal de Eventos de Maripá

AL: Jovens rurais buscam apoio da Codevasf para se tornarem empreendedores piscicultores

Codevasf
Codevasf
A piscicultura como atividade econômica para geração de renda de jovens empreendedores no Baixo São Francisco alagoano já é uma realidade. Um grupo de 31 jovens rurais de Porto Real do Colégio (AL) está participando de um curso básico de piscicultura em tanques-rede oferecido pela unidade do Projeto Amanhã da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) no município. A oferta do curso atende ao pedido do grupo de futuros empreendedores piscicultores que pretendem formar uma cooperativa para cultivos de tilápia em tanques-rede às margens do rio São Francisco.
De acordo com o técnico agrícola da Codevasf ,Carlos Alberto Santos, responsável pela Unidade de Capacitação e Treinamento (UCT) do Projeto Amanhã no Perímetro Irrigado de Itiúba, os participantes do curso são de famílias de agricultores com lotes no perímetro e que já desenvolvem cultivos de peixes em viveiros escavados e agora querem desenvolver seus próprios empreendimentos, mas agora com criação em tanques-rede.
“Eles tinham poucos conhecimentos técnicos e sentiam a necessidade de capacitação antes de levar a ideia a frente. A demanda foi tão grande que tivemos que elaborar uma lista de espera para uma nova turma”, disse Santos.
O curso tem carga horária de 40 horas e acontece no Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Itiúba (5ª CII). As aulas estão sendo ministradas pelo engenheiro de pesca da Codevasf Kley Lustosa, que possui quase 35 anos de experiência em piscicultura e demais atividades aquícolas, e pelo biólogo da Codevasf José Reginaldo, ambos lotados no 5ª CII.
“Aqui os jovens têm oportunidade de conhecerem técnicas de manejo em geral, avaliação da qualidade da água e organização e interpretação de dados para o sucesso do cultivo. Planejamos o curso com atividades teóricas e práticas para que esses futuros empreendedores saiam com uma preparação que garanta o sucesso de seus projetos”, observa Lustosa.
Maciel Vieira dos Santos é um jovem de 27 anos que trabalha no lote da família no Perímetro Irrigado do Itiúba. No perímetro, eles cultivam tambaqui, tambacu e tilápia em viveiros escavados para completar a renda da família. A ideia da piscicultura em viveiros escavados surgiu quando Maciel participou do curso básico de piscicultura em viveiros oferecido pela UCT do Projeto Amanhã em Porto Real do Colégio.
Segundo o jovem, após a participação na capacitação ele passou a orientar outros piscicultores familiares que ainda desenvolviam suas atividades sem conhecimento técnico. “Há dois anos eu fiz o curso. Antes eu já tinha interesse e tirava dúvidas com os piscicultores mais velhos. Mas quando fiz o curso aqui no Projeto Amanhã, as coisas clarearam, aprendi técnicas modernas e agora quem repassa instruções para eles sou eu”, afirma.
Após a conclusão do curso, o empreendedor piscicultor pretende reunir os jovens capacitados e criar uma cooperativa para criação de tilápia em tanques-rede nas água do rio São Francisco próximo a Porto Real do Colégio. Para isso, ele já planeja elaborar um projeto para a atividade e solicitar o apoio da Codevasf.
“Durante o curso, estamos aprendendo que a espécie que melhor se adapta à atividade é a criação de tilápia do nilo. Também sabemos que essa espécie é muito apreciada em nossa região, o que nos garante um mercado. A Codevasf será uma grande parceria nossa. Queremos nos organizar numa cooperativa, o que vai nos fortalecer e baixar nossos custos”, explicou o jovem Maciel.
Criado em maio de 1993 por iniciativa da Codevasf, o Projeto Amanhã atua na organização e capacitação de jovens rurais que residem nos vales do São Francisco e do Parnaíba. Na área de atuação da Codevasf em Alagoas, o projeto está presente nos municípios de Porto Real do Colégio, Arapiraca, Penedo e Piranhas. A estratégia do Projeto Amanhã é inserir técnicas agropecuárias modernas no cotidiano dos produtores tradicionais por meio das novas gerações de filhos dos agricultores.

Ignacy Sachs avalia que Brasil pode ser uma potência em piscicultura)


Uma das principais referências no mundo quando o assunto é desenvolvimento sustentável, o professor da Escola de Estudos Avançados em Ciências Sociais de Paris Ignacy Sachs recorre às cores da bandeira de Portugal para ilustrar o que, para ele, é a principal questão da atualidade: “Não adianta ter o verde se não tiver o vermelho.” Para Sachs, um dos criadores do conceito ecodesenvolvimento, a economia não pode ser verde, sustentável, se não tiver o vermelho, do social.
“Se não formos capazes de reduzir as desigualdades, vamos continuar no mesmo processo de disputa pelo produto material com consequências ambientais cada vez mais sérias e que vão tornar impossível a continuação desse processo”, alerta.
Ignacy avalia que o Brasil tem uma grande oportunidade na exploração sustentável dos seus recursos hídricos. “O país poderia virar a maior potência mundial em produção de piscicultura. O peixe contra o bife. Recursos aquáticos são uma das grandes forças deste país”, aposta.
O ecossocioeconomista polonês, naturalizado francês, com fortes ligações com o Brasil, defende que o litoral do Nordeste, lagos de represas, rios e até pequenos açudes podem gerar um novo ciclo de desenvolvimento. “Vamos sair da fase da caça – a pesca profissional – para a piscicultura. Como aconteceu com a pecuária”, explica. “O Brasil poderia virar a maior potência mundial em produção de piscicultura. E a Bahia tem um potencial extraordinário para isso”, lembra. O litoral baiano é o maior do país.
O Valor da Água será o tema de Sustentabilidade, segundo seminário a ser realizado pelo Fórum Agenda Bahia. Em mais de duas horas de entrevista ao Correio, no Rio de Janeiro, Sachs põe o dedo na ferida em questões polêmicas, defende a eficiência no uso dos recursos hídricos e ainda um novo contrato social e estilo de vida da população. “Pessoas como eu têm a função de semear ideias. Depois, alguém pode pegar e levar adiante”.
O senhor esteve no Brasil para participar das discussões da Rio+ 20. Qual sua avaliação a respeito da Conferência da ONU para o Desenvolvimento Sustentável? 
A poeira ainda não baixou. O que se pode dizer desde já é que foi reforçado o cacife do Brasil como um dos formuladores das políticas internacionais relativas ao desenvolvimento includente e sustentável. Isto implica em novas responsabilidades na definição de uma agenda comum de políticas e pesquisas futuras a serem implementadas com a participação das comissões regionais da ONU, Banco Mundial, bancos regionais e demais instituições da ONU, com o Brasil e, possivelmente, a Índia como os dois abre-alas do bloco dos países emergentes. Se dependesse de mim, atribuiria uma alta prioridade ao diálogo entre esses dois países, promovendo uma colaboração mais estreita entre as principais universidades dos dois países, visando uma forte intensificação de intercâmbio de bolsistas e definindo eixos de pesquisa de interesse comum ao redor da problemática do aproveitamento dos recursos renováveis dos biomas tropicais e subtropicais, com destaque para a interface terra/água (produção de alimentos e energia com geração em grande número de oportunidades de trabalho decente nos “dike pond systems” – uma espécie de fazenda marítima), adaptados às regiões litorâneas, à Amazônia, aos lagos de represa, etc.
E qual teria sido o melhor resultado para a conferência?
Primeiro, a consolidação do bloco dos (países) emergentes. Em segundo lugar, para mim, seria ideal juntar a ideia do contrato social com a volta ao planejamento. Existem os objetivos sociais, a viabilidade ambiental que não podemos mais abstrair – porque pode comprometer todo o processo – e para que as coisas aconteçam é preciso dar uma viabilidade econômica. Todo o debate passa por esse tripé.
Mas nem sempre todas as pernas são preservadas?
Infelizmente, sempre aparecem aqueles que privilegiam um pé do tripé ou apenas os outros dois. Não há razão para pensar que o desenvolvimento consiste unicamente na acumulação de bens materiais. Quanto mais rápida for reduzida a desigualdade abissal que existe hoje, mais rapidamente podemos entrar em uma fase de desenvolvimento na qual o problema não será mais aumentar o produto material e, sim, manter um nível razoável de material per capita para todos. Se a gente fizer um esforço para reduzir as enormes diferenças de consumo material que existem hoje de um lado, e continuar no processo da educação, vamos chegar a um momento de dizer: ‘basta’, para não manter o nível de consumo que existe hoje.
Esse parece ser um ponto fundamental para o senhor: não é possível a humanidade  manter esse modelo de consumo e produção atual.
Não, não há mais razão para isso. Tenho uma visão otimista. De se fazer uma repartição mais equitativa do produto material de maneira a colocar a humanidade numa nova era. (…) Isso vai significar que, para produzir a parte material, com mais tecnologia, implicaria em menos tempo de trabalho. Poderia usar parte dessa redução para diminuir o ‘homo faber’ (homem que produz) e dar maior projeção ao ‘homo ludens’ (o historiador Johan Huizinga sustenta o jogo e a brincadeira como algo inato do homem). Essa é para mim a problemática do futuro: se não formos capazes de reduzir as desigualdades sociais, que estão inerentes na maioria dos modelos presentes no mundo, vamos continuar no mesmo processo de disputa pelo produto material, com consequências ambientais cada vez mais sérias e respostas negativas. Em certo momento, essas consequências ambientais vão tornar impossível a continuação do processo.
O senhor acha que estamos em um período de transição entre esses dois modelos, ou ainda estamos engatinhando?
A nossa tarefa do momento é não cair no pessimismo radical do tipo ‘estamos caminhando para uma catástrofe, salve-se quem puder’… Não, nós não estamos enfrentando uma situação desesperada. Mas os problemas se tornaram mais complicados. Alguma coisa está acontecendo de positivo, mas não acontece em escala suficiente para dar garantia de que não entraremos em uma crise ecológica que traria consequências sociais terríveis. Por isso, insisto tanto na necessidade de trabalharmos o social, o ecológico e o econômico juntos. Não separar essas discussões. Esse é nosso objetivo: ao melhorarmos o lado social, vamos relaxar no lado do crescimento material. O céu é o limite para as atividades não materiais. Os limites estão nos recursos não renováveis, no aquecimento global, mas não há limites para atividades culturais e lúdicas. Vamos deixar às gerações futuras o cuidado de fazer o bom uso do tempo.
Dentro desse conceito, como alimentar mais de sete bilhões de pessoas de forma sustentável. A agricultura, por exemplo, é uma das atividades que mais consomem água. É possível?
Não tenho competência técnica para responder a isso. Mas o grau de desperdício de modelo atual de água é tal que temos um enorme espaço para melhorarmos a eficiência. A água é considerada como uma dádiva do céu, se fazia com ela o que se queria, como queria… Fizemos muito pouco esforço para captar a água da chuva. No dia em que a água começar a faltar, imagino que programas de construção de cisternas e açudes deverão ser considerados. São coisas relativamente fáceis e não muito caras.
Em muitos lugares já há falta de água, como na Bahia…
Uma boa pergunta para se fazer é: quantos bilhões de seres humanos podemos manter em boas condições de consumo com o conjunto dos recursos do planeta, ao nível dos nossos conhecimentos de hoje? Não tenho resposta, mas penso que não estamos enfrentando os problemas de escassez material do qual exigiria uma resposta.
O senhor acha que a água pode ser como petróleo, uma commodity com preço do barril cotado no mercado internacional? Essa escassez pode levar à guerra?
Que pode suscitar guerra, pode. Ser cotado na Bolsa de Valores, acho meio difícil. Escassez de água pode virar um caso bélico. O problema da água é que o transporte é complicado. Não vai engarrafar água no Brasil para vender na Rússia. Água tem que ser administrada localmente.
Como sensibilizar a sociedade sobre as questões da sustentabilidade?
Não é sensibilizando a sociedade pública que vamos resolver o problema. Conferências como a Rio+20 servem para que os governos sentem à mesa e pensem qual é a sua responsabilidade nesse processo. Planejamento. Essa capacidade de pensar em alternativas hoje nos dá possibilidade de lançar mão de tecnologias, instrumentos que não tínhamos antes. Esse é o nosso paradoxo do começo do século 21: estamos melhor armados para planejar do que as gerações anteriores, mas estamos deixando isso de lado. É aqui que nós temos que dizer ‘basta’. Se extrapolarmos as tendências atuais, vamos entrar em uma fase de dificuldades crescentes provocadas pelo aquecimento global.
Quando o senhor fala em planejamento seria em vários níveis, do global ao dia a dia das pessoas. O senhor estava reclamando do trânsito do Rio… 
Claro. Qual é o potencial dos recursos a serem destravados? E quais são os obstáculos para sua utilização. Cada caso é um caso. Deve-se mobilizar a população local, abrir a perspectiva de utilização melhor dos recursos que estão ao redor.
Como o Brasil pode melhor usar os recursos hídricos?
Vocês têm potencial hídrico extraordinário. Acredito muito na piscicultura. É possível produz grande quantidade de proteína animal, com uma variedade que se controla, em um pequeno açude…
Pouco se explora essa questão no país..
Para mim, esse é um dos grandes temas do Brasil. Vamos sair da fase da caça – a pesca profissional – para a piscicultura. Como aconteceu com a pecuária. E aproveitar o potencial extraordinário que vocês têm. É possível usar também para consumo próprio. Trabalhei com um grupo americano interessado em criar piscicultura nos porões de prédios de Washington de classe pobre. É só pegar um tanque e aplicar os métodos: chega-se à produção de peixes fabulosos para aquele universo.
E a custo baixo?
Extremamente baixo. A piscicultura em pequenos açudes poderia ser fundamental no desenvolvimento rural. Pra mim, no caso do Brasil, a piscicultura tem um papel fundamental para enriquecer o conceito de propriedade rural. Isso não está sendo enfatizado.
Como poderia ser na Bahia?
Primeiro, o governador (Jaques Wagner) é aberto a coisas desse tipo. Segundo, há condições tanto no litoral quanto no interior. No litoral, tem esses recifes que geram lagos e a água acaba renovada com maré alta. Há condições excepcionais de se criar a piscicultura nesses lugares. No (rio) São Francisco também. Há ainda as bacias, os lagos de represas, os rios, tem também a Amazônia. A cultura do brasileiro é carne vermelha. Mas investir em piscicultura é uma estratégia de desenvolvimento a ser considerada. Tem um potencial extraordinário. Se for calcular, facilmente o Brasil poderia virar a maior potência mundial em produção de piscicultura. O peixe contra o bife. Recursos aquáticos são uma das grandes forças deste país. Não sou inimigo da pecuária. O Brasil tem futuro nessa área, mas desde que a torne menos extensiva, articulando melhor com outras produções.

Ambiente: Ignacy Sachs quer juntar “o verde e o vermelho”

Para um dos fundadores  do ecodesenvolvimento, lutas ambientais e sociais precisam andar juntas; e é preciso, no debate sobre aquecimento global, afastar noção de que tudo está perdido, portanto “salve-se quem puder”

Por Rachel Vita, no Correio 24 horas
(Título original: Ignacy Sachs avalia que Brasil pode ser uma potência em piscicultura)
Uma das principais referências no mundo quando o assunto é desenvolvimento sustentável, o professor da Escola de Estudos Avançados em Ciências Sociais de Paris Ignacy Sachs recorre às cores da bandeira de Portugal para ilustrar o que, para ele, é a principal questão da atualidade: “Não adianta ter o verde se não tiver o vermelho.” Para Sachs, um dos criadores do conceito ecodesenvolvimento, a economia não pode ser verde, sustentável, se não tiver o vermelho, do social.
“Se não formos capazes de reduzir as desigualdades, vamos continuar no mesmo processo de disputa pelo produto material com consequências ambientais cada vez mais sérias e que vão tornar impossível a continuação desse processo”, alerta.
Ignacy avalia que o Brasil tem uma grande oportunidade na exploração sustentável dos seus recursos hídricos. “O país poderia virar a maior potência mundial em produção de piscicultura. O peixe contra o bife. Recursos aquáticos são uma das grandes forças deste país”, aposta.
O ecossocioeconomista polonês, naturalizado francês, com fortes ligações com o Brasil, defende que o litoral do Nordeste, lagos de represas, rios e até pequenos açudes podem gerar um novo ciclo de desenvolvimento. “Vamos sair da fase da caça – a pesca profissional – para a piscicultura. Como aconteceu com a pecuária”, explica. “O Brasil poderia virar a maior potência mundial em produção de piscicultura. E a Bahia tem um potencial extraordinário para isso”, lembra. O litoral baiano é o maior do país.
O Valor da Água será o tema de Sustentabilidade, segundo seminário a ser realizado pelo Fórum Agenda Bahia. Em mais de duas horas de entrevista ao Correio, no Rio de Janeiro, Sachs põe o dedo na ferida em questões polêmicas, defende a eficiência no uso dos recursos hídricos e ainda um novo contrato social e estilo de vida da população. “Pessoas como eu têm a função de semear ideias. Depois, alguém pode pegar e levar adiante”.
O senhor esteve no Brasil para participar das discussões da Rio+ 20. Qual sua avaliação a respeito da Conferência da ONU para o Desenvolvimento Sustentável? 
A poeira ainda não baixou. O que se pode dizer desde já é que foi reforçado o cacife do Brasil como um dos formuladores das políticas internacionais relativas ao desenvolvimento includente e sustentável. Isto implica em novas responsabilidades na definição de uma agenda comum de políticas e pesquisas futuras a serem implementadas com a participação das comissões regionais da ONU, Banco Mundial, bancos regionais e demais instituições da ONU, com o Brasil e, possivelmente, a Índia como os dois abre-alas do bloco dos países emergentes. Se dependesse de mim, atribuiria uma alta prioridade ao diálogo entre esses dois países, promovendo uma colaboração mais estreita entre as principais universidades dos dois países, visando uma forte intensificação de intercâmbio de bolsistas e definindo eixos de pesquisa de interesse comum ao redor da problemática do aproveitamento dos recursos renováveis dos biomas tropicais e subtropicais, com destaque para a interface terra/água (produção de alimentos e energia com geração em grande número de oportunidades de trabalho decente nos “dike pond systems” – uma espécie de fazenda marítima), adaptados às regiões litorâneas, à Amazônia, aos lagos de represa, etc.
E qual teria sido o melhor resultado para a conferência?
Primeiro, a consolidação do bloco dos (países) emergentes. Em segundo lugar, para mim, seria ideal juntar a ideia do contrato social com a volta ao planejamento. Existem os objetivos sociais, a viabilidade ambiental que não podemos mais abstrair – porque pode comprometer todo o processo – e para que as coisas aconteçam é preciso dar uma viabilidade econômica. Todo o debate passa por esse tripé.
Mas nem sempre todas as pernas são preservadas?
Infelizmente, sempre aparecem aqueles que privilegiam um pé do tripé ou apenas os outros dois. Não há razão para pensar que o desenvolvimento consiste unicamente na acumulação de bens materiais. Quanto mais rápida for reduzida a desigualdade abissal que existe hoje, mais rapidamente podemos entrar em uma fase de desenvolvimento na qual o problema não será mais aumentar o produto material e, sim, manter um nível razoável de material per capita para todos. Se a gente fizer um esforço para reduzir as enormes diferenças de consumo material que existem hoje de um lado, e continuar no processo da educação, vamos chegar a um momento de dizer: ‘basta’, para não manter o nível de consumo que existe hoje.
Esse parece ser um ponto fundamental para o senhor: não é possível a humanidade  manter esse modelo de consumo e produção atual.
Não, não há mais razão para isso. Tenho uma visão otimista. De se fazer uma repartição mais equitativa do produto material de maneira a colocar a humanidade numa nova era. (…) Isso vai significar que, para produzir a parte material, com mais tecnologia, implicaria em menos tempo de trabalho. Poderia usar parte dessa redução para diminuir o ‘homo faber’ (homem que produz) e dar maior projeção ao ‘homo ludens’ (o historiador Johan Huizinga sustenta o jogo e a brincadeira como algo inato do homem). Essa é para mim a problemática do futuro: se não formos capazes de reduzir as desigualdades sociais, que estão inerentes na maioria dos modelos presentes no mundo, vamos continuar no mesmo processo de disputa pelo produto material, com consequências ambientais cada vez mais sérias e respostas negativas. Em certo momento, essas consequências ambientais vão tornar impossível a continuação do processo.
O senhor acha que estamos em um período de transição entre esses dois modelos, ou ainda estamos engatinhando?
A nossa tarefa do momento é não cair no pessimismo radical do tipo ‘estamos caminhando para uma catástrofe, salve-se quem puder’… Não, nós não estamos enfrentando uma situação desesperada. Mas os problemas se tornaram mais complicados. Alguma coisa está acontecendo de positivo, mas não acontece em escala suficiente para dar garantia de que não entraremos em uma crise ecológica que traria consequências sociais terríveis. Por isso, insisto tanto na necessidade de trabalharmos o social, o ecológico e o econômico juntos. Não separar essas discussões. Esse é nosso objetivo: ao melhorarmos o lado social, vamos relaxar no lado do crescimento material. O céu é o limite para as atividades não materiais. Os limites estão nos recursos não renováveis, no aquecimento global, mas não há limites para atividades culturais e lúdicas. Vamos deixar às gerações futuras o cuidado de fazer o bom uso do tempo.
Dentro desse conceito, como alimentar mais de sete bilhões de pessoas de forma sustentável. A agricultura, por exemplo, é uma das atividades que mais consomem água. É possível?
Não tenho competência técnica para responder a isso. Mas o grau de desperdício de modelo atual de água é tal que temos um enorme espaço para melhorarmos a eficiência. A água é considerada como uma dádiva do céu, se fazia com ela o que se queria, como queria… Fizemos muito pouco esforço para captar a água da chuva. No dia em que a água começar a faltar, imagino que programas de construção de cisternas e açudes deverão ser considerados. São coisas relativamente fáceis e não muito caras.
Em muitos lugares já há falta de água, como na Bahia…
Uma boa pergunta para se fazer é: quantos bilhões de seres humanos podemos manter em boas condições de consumo com o conjunto dos recursos do planeta, ao nível dos nossos conhecimentos de hoje? Não tenho resposta, mas penso que não estamos enfrentando os problemas de escassez material do qual exigiria uma resposta.
O senhor acha que a água pode ser como petróleo, uma commodity com preço do barril cotado no mercado internacional? Essa escassez pode levar à guerra?
Que pode suscitar guerra, pode. Ser cotado na Bolsa de Valores, acho meio difícil. Escassez de água pode virar um caso bélico. O problema da água é que o transporte é complicado. Não vai engarrafar água no Brasil para vender na Rússia. Água tem que ser administrada localmente.
Como sensibilizar a sociedade sobre as questões da sustentabilidade?
Não é sensibilizando a sociedade pública que vamos resolver o problema. Conferências como a Rio+20 servem para que os governos sentem à mesa e pensem qual é a sua responsabilidade nesse processo. Planejamento. Essa capacidade de pensar em alternativas hoje nos dá possibilidade de lançar mão de tecnologias, instrumentos que não tínhamos antes. Esse é o nosso paradoxo do começo do século 21: estamos melhor armados para planejar do que as gerações anteriores, mas estamos deixando isso de lado. É aqui que nós temos que dizer ‘basta’. Se extrapolarmos as tendências atuais, vamos entrar em uma fase de dificuldades crescentes provocadas pelo aquecimento global.
Quando o senhor fala em planejamento seria em vários níveis, do global ao dia a dia das pessoas. O senhor estava reclamando do trânsito do Rio… 
Claro. Qual é o potencial dos recursos a serem destravados? E quais são os obstáculos para sua utilização. Cada caso é um caso. Deve-se mobilizar a população local, abrir a perspectiva de utilização melhor dos recursos que estão ao redor.
Como o Brasil pode melhor usar os recursos hídricos?
Vocês têm potencial hídrico extraordinário. Acredito muito na piscicultura. É possível produz grande quantidade de proteína animal, com uma variedade que se controla, em um pequeno açude…
Pouco se explora essa questão no país..
Para mim, esse é um dos grandes temas do Brasil. Vamos sair da fase da caça – a pesca profissional – para a piscicultura. Como aconteceu com a pecuária. E aproveitar o potencial extraordinário que vocês têm. É possível usar também para consumo próprio. Trabalhei com um grupo americano interessado em criar piscicultura nos porões de prédios de Washington de classe pobre. É só pegar um tanque e aplicar os métodos: chega-se à produção de peixes fabulosos para aquele universo.
E a custo baixo?
Extremamente baixo. A piscicultura em pequenos açudes poderia ser fundamental no desenvolvimento rural. Pra mim, no caso do Brasil, a piscicultura tem um papel fundamental para enriquecer o conceito de propriedade rural. Isso não está sendo enfatizado.
Como poderia ser na Bahia?
Primeiro, o governador (Jaques Wagner) é aberto a coisas desse tipo. Segundo, há condições tanto no litoral quanto no interior. No litoral, tem esses recifes que geram lagos e a água acaba renovada com maré alta. Há condições excepcionais de se criar a piscicultura nesses lugares. No (rio) São Francisco também. Há ainda as bacias, os lagos de represas, os rios, tem também a Amazônia. A cultura do brasileiro é carne vermelha. Mas investir em piscicultura é uma estratégia de desenvolvimento a ser considerada. Tem um potencial extraordinário. Se for calcular, facilmente o Brasil poderia virar a maior potência mundial em produção de piscicultura. O peixe contra o bife. Recursos aquáticos são uma das grandes forças deste país. Não sou inimigo da pecuária. O Brasil tem futuro nessa área, mas desde que a torne menos extensiva, articulando melhor com outras produções.

Feira AgroPonte lança programação oficial com tema Piscicultura

Durante quatro dias de exposições, a AgroPonte terá mais 70 empresas e entidades expositoras que vão levar propostas e apresentar novidades para fortalecer o agronegócio e a agricultura familiar. Paralelo ao evento, seminários da avicultura, agricultura familiar, piscicultura e da Federação Catarinense dos Municípios (Fecam) vão abordar temas que fazem parte da vida no campo. “A Feira AgroPonte ressalta a importância da agricultura com um perfil técnico e de negócios, além de preencher uma lacuna que existia na região com relação aos eventos voltados para a cadeia produtiva de alimentos”, destaca o organizador do evento, Willi Backes. A Nossacasa Feiras e Eventos apresenta a programação oficial da segunda edição da AgroPonte que vai movimentar o Pavilhão José Ijair Conti, de 29 de agosto a 1º de setembro, em Criciúma.

Quarta-feira (29/08) - Este é o dia de abordar os interesses da avicultura. O técnico e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Sebastião Aparecido Borges, abre o circuito de palestras, às 15h10min, falando sobre “Manejo inicial de frango de corte”. Em seguida, às 16h10min, o gerente técnico da Plasson, Eng. Andrey Gava Citadin, apresenta as “Novas tecnologias em aviários para frangos e matrizes”. Quem encerra as apresentações do primeiro dia, às 17h, é o presidente do Sindicarne/SC ediretor da Associação Catarinense de Avicultura (ACAV), Clever Pirola Ávila, com o tema “A avicultura catarinense hoje e as perspectivas futuras”.

Quinta-feira (30/08) - O presidente da Fecam, Douglas Warmling, o Guinga, abre as apresentações na quinta-feira às 15 horas. Na sequência, o “Sistema de indicadores de desenvolvimento municipal sustentável” será apresentado pelo palestrante Emerson Souto. A segunda palestra será apresentada por Gilsoni Lunardi, às 16 horas, com o tema “Nota fiscal do produtor rural”. E os palestrantes Mauro Pinto e Alexandre Alves encerram, às 16h45min, com “Compras governamentais da agricultura familiar”.

Sexta-feira (31/08) - Neste dia a Epagri quem coordena os debates a partir das 15 horas. O diretor do Supermercado Bistek, Walter Ghislândi, fala sobre “Produtos locais e mercado”. E o consultor técnico para Agricultura Familiar, Ainor Francisco Lotério, vai falar sobre o “Associativismo e Comercialização em Rede”, às 16 horas. As apresentações acontecem no Teatro Elias Angeloni, e em sala do próprio pavilhão de exposições

Sábado (01/09) - Os temas relacionados à piscicultura vão ser debatidos no último dia de AgroPonte. O superintendente do Ministério da Pesca e Aqüicultura em Santa Catarina, Horst Doering, junto com o presidente da Fecam, Douglas Guinga Warmling, e o gerente da Secretaria do Estado da Agricultura e Pesca, José Sebastião Marcatti, finalizam os debates com o seminário “Perspectivas da Piscicultura e da Pesca na Região Sul de Santa Catarina”.

Durante os quatro dias haverá café colonial produzido pelas Cooperativas da Agricultura Familiar. De quarta a sexta-feira, o pavilhão fica aberto das 16 horas às 22 horas. E no sábado, o evento acontece das 14 horas às 20 horas. A AgroPonte foi criada para promover o desenvolvimento individual e coletivo dos setores da avicultura, agricultura, pecuária e suinocultura, apicultura, fruticultura, piscicultura, turismo de negócios, meio ambiente e ecologia.

Colaboração: Ápice Comunicação/Filipe Casagrande

Piscicultores do sul do Pará recebem treinamento

Cerca de 30 pessoas, entre técnicos e produtores rurais do sul do Pará, estão aprimorando técnicas de piscicultura, em Conceição do Araguaia. A atividade, que tem caráter regional, está sendo promovida pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), por meio do escritório regional, com o apoio da Secretaria de Estado de Pesca e Aquicultura do Pará (Sepaq), e acontece até o dia 25 deste mês. O objetivo é o fortalecimento da atividade de piscicultura na região, que já se apresenta como referência no setor produtivo pesqueiro no sul do Pará.
A grande demanda produtora atrelada ao volume de pescado comercializado, mas ligados a um sistema de produção de baixa tecnologia, foi o que motivou o supervisor da Emater em Conceição do Araguaia, o engenheiro agrônomo Luiz Flávio Cavalcanti, a propor esse curso, com duração de quatro dias. “Nossa intenção foi de promover uma capacitação, mas baseada na troca de experiências. E com a junção de produtores atendidos pela Emater e os técnicos com formações variadas, mas com experiência na piscicultura, vamos proporcionar isso. É como um intercâmbio de informações visando o melhoramento da produção do pescado em cativeiro, como, por exemplo, o caso do Pirarucu, carro chefe da nossa região”, destacou.
Como conteúdo programático, a equipe técnica da Emater optou por mesclar um nivelamento prático com teórico. Durante os próximos dias, os participantes visitam propriedades de produtores rurais que desenvolvem a prática da piscicultura no município, atendidos pela empresa, acompanhados pelo palestrante Ediano Sandes, engenheiro de pesca da Sepaq. Na discussão estão sendo abordados temas como: o panorama geral da aquicultura no Brasil e no mundo; gargalos da produção pesqueira no Pará; condições ideais para a prática da piscicultura; sistemas produtivos na região sul do Pará; espécies mais adaptadas para criação; aquisição de alevinos; colheita e comercialização.

Texto:
Kenny Teixeira - Emater
Fone: (91) 3256-5410 / (91) 8883-9329
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Alagoas: jovens rurais buscam apoio da Codevasf para se tornarem empreendedores piscicultores

A piscicultura como atividade econômica para geração de renda de jovens empreendedores no Baixo São Francisco alagoano já é uma realidade. Um grupo de 31 jovens rurais de Porto Real do Colégio (AL) está participando de um curso básico de piscicultura em tanques-rede oferecido pela unidade do Projeto Amanhã da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) no município. A oferta do curso atende ao pedido do grupo de futuros empreendedores piscicultores que pretendem formar uma cooperativa para cultivos de tilápia em tanques-rede às margens do rio São Francisco.
Os jovens rurais empreendedores que participam do curso são de famílias da sede e de povoados do município de Porto Real do Colégio. De acordo com o técnico agrícola da Codevasf ,Carlos Alberto Santos, responsável pela Unidade de Capacitação e Treinamento (UCT) do Projeto Amanhã no Perímetro Irrigado de Itiúba, os participantes do curso são de famílias de agricultores com lotes no perímetro e que já desenvolvem cultivos de peixes em viveiros escavados e agora querem desenvolver seus próprios empreendimentos, mas agora com criação em tanques-rede.
“Eles tinham poucos conhecimentos técnicos e sentiam a necessidade de capacitação antes de levar a ideia a frente. A demanda foi tão grande que tivemos que elaborar um lista de espera para uma nova turma”, disse Santos.
O curso tem carga horária de 40 horas e acontece no Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Itiúba (5ª CII). As aulas estão sendo ministradas pelo engenheiro de pesca da Codevasf Kley Lustosa, que possui quase 35 anos de experiência em piscicultura e demais atividades aquícolas, e pelo biólogo da Codevasf José Reginaldo, ambos lotados no 5ª CII.
“Aqui os jovens têm oportunidade de conhecerem técnicas de manejo em geral, avaliação da qualidade da água e organização e interpretação de dados para o sucesso do cultivo. Planejamos o curso com atividades teóricas e práticas para que esses futuros empreendedores saiam com uma preparação que garanta o sucesso de seus projetos”, observa Lustosa.
Maciel Vieira dos Santos é um jovem de 27 anos que trabalha no lote da família no Perímetro Irrigado do Itiúba. No perímetro, eles cultivam tambaqui, tambacu e tilápia em viveiros escavados para completar a renda da família. A ideia da piscicultura em viveiros escavados surgiu quando Maciel participou do curso básico de piscicultura em viveiros oferecido pela UCT do Projeto Amanhã em Porto Real do Colégio.
Segundo o jovem, após a participação na capacitação ele passou a orientar outros piscicultores familiares que ainda desenvolviam suas atividades sem conhecimento técnico. “Há dois anos eu fiz o curso. Antes eu já tinha interesse e tirava dúvidas com os piscicultores mais velhos. Mas quando fiz o curso aqui no Projeto Amanhã, as coisas clarearam, aprendi técnicas modernas e agora quem repassa instruções para eles sou eu”, afirma.
Após a conclusão do curso, o empreendedor piscicultor pretende reunir os jovens capacitados e criar uma cooperativa para criação de tilápia em tanques-rede nas água do rio São Francisco próximo a Porto Real do Colégio. Para isso, ele já planeja elaborar um projeto para a atividade e solicitar o apoio da Codevasf.
“Durante o curso, estamos aprendendo que a espécie que melhor se adapta à atividade é a criação de tilápia do nilo. Também sabemos que essa espécie é muito apreciada em nossa região, o que nos garante um mercado. A Codevasf será uma grande parceria nossa. Queremos nos organizar numa cooperativa, o que vai nos fortalecer e baixar nossos custos”, explicou o jovem Maciel.
Criado em maio de 1993 por iniciativa da Codevasf, o Projeto Amanhã atua na organização e capacitação de jovens rurais que residem nos vales do São Francisco e do Parnaíba. Na área de atuação da Codevasf em Alagoas, o projeto está presente nos municípios de Porto Real do Colégio, Arapiraca, Penedo e Piranhas. A estratégia do Projeto Amanhã é inserir técnicas agropecuárias modernas no cotidiano dos produtores tradicionais por meio das novas gerações de filhos dos agricultores.

Governadora lança projecto de piscicultura no Mona Quimbundo


Governadora lança projecto de piscicultura no Mona Quimbundo 
Saurimo – A governadora da província da Lunda Sul, Candida Narciso, efectuou terça-feira, o lança do projecto de piscicultura da comuna de Mona Quimbundo, enquadrado no programa de apoio ao desenvolvimento económico e social das populações, em curso em todo o país.


O coordenador do projecto, Armando Jorge Segunda, disse que o protocolo de cooperação para o  programa de extensão rural de desenvolvimento comunitário, da agricultura e de piscicultura, celebrado entre o governo provincial e a sociedade mineira de “Catoca”, surge no quadro do pensamento estratégicos do governo de Angola, quanto ao combate à fome e à pobreza.


Segundo o interlocutor, o objectivo do mesmo é o de fomentar ainda a fruticultura, capacitação dos agricultores, formação e enquadramento de jovens agricultores e piscicultores, e aumentar a produção de alimentação para gerar o desenvolvimento sócio-económico na província.


O projecto vai beneficiar as populações locais que vivem da agricultura, especialmente os jovens, estimulando-os a permanecer no campo e desenvolver empresas vinculadas à agricultura familiar.


Vai contribuir igualmente para a qualificação técnica do empresariado ligado à área, ajudando a criar condições dignas de vida para o homem do campo e formar pessoas capazes de aplicar e multiplicar os conhecimentos que aqui se vai adquirir, referiu Armando Segunda.


O coordenador do projecto, que numa primeira fase  vai contar apenas com 37 trabalhadores,  disse que “a visão do governo é de transformar a Lunda Sul num centro de referência em mandio-cultura, piscicultura e fruti-cultura, para contribuir no aumento da produtividade do agro negócio e da educação no campo”.


Dos trabalhadores, 30  vão funcionar na comuna do Mona Quimbundo, e sete (7) do município do Lumbala Nguinbo, onde o referido projecto se estende.


Nesta etapa, 11 lagoas servirão para a produção e multiplicação de peixes, no âmbito do projecto de piscicultura, e, futuramente, vai contar com especialistas estrangeiros com conhecimento mais amplo no domínio, que poderão fornecer mais dados e técnicas aos pequenos e grandes criadores de peixe da região.


Por sua vez, Dom José Manuel Imbanba, Arcebispo da Diocese de Saurimo, disse que este projectos trará muitos ganhos para a sociedade do campo e não só e considerou-o de um abrir portas para que todos cidadãos aprendam a beneficiar-se da terra, a cultiva-la, e a tirar dela todos os frutos indispensáveis, para resolver os vários problemas de fome, de pobreza, e outros problemas sociais que enfrentam.


Já o administrador comunal do Mona Quimbundo, António Jaime Ifindefinde, mostrou-se satisfeito e disse que o projecto é uma mais-valia para o povo das Lundas, porque vai gear empregos para muita juventude e pediu que, em cada projecto do género, se pense também na resolução dos problemas da comuna, visto ser uma área que tem pouca população e tem rios e chanas, indispensáveis para o incentivo da agricultura.


“Apelo aos agentes económicos a afastarem-se e não limitarem-se apenas nas cidades grandes, invistam também em cidades pequenas porque daqui a nada as cidades grandes vão ficar sem capacidade agrícola”, disse.


O director-geral do projecto “ Catoca”, Ganga Junior, disse que este programa é de extrema importância porque não é um caso novo, há vários países aqui mesmo próximo como a Zâmbia, Zimbabwe, que tem uma experiência muito grande no desenvolvimento da piscicultura e que serve para melhorar a dieta alimentar, exemplificou.


“Esta é apenas uma etapa da piscicultura, existem outros sub-programa do nosso programa, mais o objectivo seguinte é passarmos para a industrialização, e nos primeiros dois meses deste projecto, disponibilizamos um montante de um milhão de dólares”, afirmou.


No encerramento do acto, a governadora Cândida Narciso disse que “o diamante que todo mundo fala está a mostrar os seus frutos, pois os diamantes não se podem comer, mas criam as condições financeiras para serem utilizadas para a reconstrução dopais”.

“Vamos fazer deste projecto como nosso para que possa ser mais tarde replicado, e vamos a partir deste fazer tudo para que saia daqui uma grande empresa e chegarmos as industrias para diminuirmos as exportações e fortalecermos as indústrias a nível nacional”.


Na ocasião, foram ainda entregues três tractores e duas viaturas para apoiar o referido projecto de piscicultura da comuna de Mona Quimbundo, província da Lunda Sul.





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terça-feira, 21 de agosto de 2012

Entrega de tanque rede para piscicultores no ES



Criação de peixes complementa renda de assentados de São Paulo Cooperativa de Piscicultores de Presidente Epitácio existe há um ano. Cooperativa reúne 19 assentados do Portal de Paranapanema.

Criação de peixes complementa renda de assentados de São Paulo

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Do Globo Rural
Assentados do Pontal do Paranapanema, em São Paulo, aproveitam as águas do Rio Paraná para criar peixes. Eles montaram uma cooperativa e o dinheiro arrecadado ajuda a complementar a renda.
Há cinco anos a pecuária leiteira é a principal fonte de renda no lote do assentado José Angelo de Almeida, no assentamento Lagoinha, em Presidente Epitácio. “A gente tira uma faixa de 150 litros pela manhã e 100 litros à tarde”, diz.
O assentado José Angelo de Almeida faz parte de uma associação de assentados que investiu na piscicultura. “A atividade vai ajudar a complementar a renda familiar no sítio construindo barracão e tendo uma ordenhadeira mecânica. A gente faz o trabalho manualmente, por enquanto”, completa.
A Cooperativa de Piscicultores de Presidente Epitácio, que existe há um ano, tem autorização para o uso do rio pelos próximos 20 anos. São 19 associados, a maioria assentados.
Há na água 26 tanques com capacidade para 2,5 mil peixes cada. O principal custo de produção está na ração. Cada tanque recebe 45 quilos de ração por dia. Faltando um mês para a venda, as tilápias são classificadas e passam a receber a quantidade de ração que precisam para atingir o peso de 800 gramas. A esperança dos cooperados é que em pouco tempo a piscicultura se transforme na principal fonte de renda das famílias.
 

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Manaus pode ter cesta básica com 32 itens incluindo peixes regionais

Manaus pode ter cesta básica com 32 itens incluindo peixes regionais

Projeto nesse sentido está sendo discutido pelo escritório local do Dieese junto à Secretária Municipal do Trabalho 

    Projeto do Dieese prevê a inclusão do preços de várias espécies de peixes regionais na cesta básica ampliada
    Projeto do Dieese prevê a inclusão do preços de várias espécies de peixes regionais na cesta básica ampliada (Arquivo - A Críica )
    Para “radiografar” o comportamento dos preços de itens básicos de alimentação, higiene pessoal e produtos de limpeza, o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) trabalha num projeto de criação de uma cesta básica regional que incluiriam 32 produtos de consumo familiar, 20 a mais que a atual pesquisa da entidade já contempla.
    O Dieese discute esse projeto há pelo menos um ano com a Secretaria Municipal de Trabalho e Renda (Semtrad), no afã de concretizá-lo por meio de convênio convênio, de acordo com a supervisora regional do Dieese, Alessandra Cadamuro. A secretária da Semtrad, Francinete Lima, explicou que a ideia do projeto já foi aprovada pela Prefeitura de Manaus, mas aguarda disponibilidade orçamentária e prazo legal para sua execução. “Esse convênio já passou por todas as partes legais. Estamos aguardando dotação orçamentária. Não tem como tocar este ano, mesmo sabendo que é de grande relevância”, disse, referindo-se ao empecilhos criados pelo calendário eleitoral. A pesquisa da cesta básica ampliada já funciona na cidade de São Paulo, através de uma parceria do Dieese com a Fundação Procon-SP. À cesta de Manaus seria acrescentado o peixe, item básico da alimentação regional.
    Dos 31 itens pesquisados em São Paulo e que devem ser copiados pelo projeto local estão inclusos: arroz, feijão, açúcar, café, farinha de trigo, farinha, batata, cebola, alho, ovos, margarina, extrato de tomate, óleo de soja, leite em pó, macarrão, biscoito de maizena, carne de primeira, carne de segunda sem osso, frango, salsicha, linguiça, queijo mussarela). Dos itens de limpeza fazem parte: sabão em pó, sabão em barra, água sanitária e detergente liquido. Quanto ao material de higiene pessoal, a pesquisa contemplará papel higiênico, creme dental, sabonete, desodorante e absorvente. Na avaliação Fracinete Lima, a pesquisa possibilitará a formação de preço de gêneros básicos de consumo para entender o comportamento do mercado com vistas a implementação de políticas públicas locais.
    Peixe de cada dia Alessandra Cadamuro afirma que a nova pesquisa da cesta básica “enriqueceria mais ainda a leitura do preços no mercado local. “Hoje a pesquisa da cesta básica tem o objetivo de mostrar uma tendência. É um indicador de quanto o trabalhador tem que trabalhar para comer. São 12 itens, o básico do básico. Conseguindo incluir produtos de limpeza e regionais, como peixes, de várias espécies, podemos ver ver como isso está afetando a renda da família”, observou Cadamuro, lembrando que o pescado é um item essencial da alimentação do manauara.
    Nova pesquisa não excluiria a atual
     A atual pesquisa nacional da cesta básica, realizada pelo Dieese em 17 capitais, entre elas Manaus, continuaria existindo, caso a pesquisa ampliada, em parceria com a Semtrad, viesse a ser posta em prática. A atual pesquisa da cesta básica realizada pelo Dieese segue as definições do Decreto-Lei 399, de 30 de abril de 1938. De acordo com sua configuração, tomando por base os dados do levantamento realizado em julho, a capital amazonense ocupa a 6° colocação entre as cidades com preços mais altos em se tratando de gêneros alimentícios. Nesse mês, a soma dos 12 itens básicos pesquisados foi de R$ 279,06, o que seria suficiente para alimentar uma pessoa adulta. Para a metodologia, a coleta de preços é realizada em 99 estabelecimentos comerciais da cidade, entre eles mercados e supermercados. No fim das contas, a fotografia obtida pelo escritório regional do Dieese sobre as variações de preços, contempla informações de como a safra, fatores climáticos e inflação influenciam no bolso do consumidor final.
    Reivindicações 
    O Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) é uma instituição do movimento sindical brasileiro. Foi fundado em 1955 para desenvolver pesquisas que fundamentassem as reivindicações dos trabalhadores por melhores salários. Ele atua nas áreas de: assessoria, pesquisa e educação.